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Entrevista aos Omnium Gatherum

Jukka Pelkonen, vocalista dos Omnium Gatherum, conversou com a Metal Imperium e contou-nos todos os detalhes sobre o novo álbum “The Burning Cold”, o novo contrato com a Century Media e as próximas tournées.




M.I. - Então como estás? 
Estou bem, obrigado! O sol está a brilhar, por isso…

M.I. - Como te sentes agora que, finalmente, têm o álbum pronto para ser lançado? Orgulhoso? Realizado?
Sim, ambas as coisas e também muito aliviado porque tem sido um longo processo. Fizemos as primeiras demos para "The Burning Cold" há quase 2 anos.

M.I. - Há muito tempo ...
Sim. As primeiras demos, riffs e partes das letras foram feitas nessa altura. Estou tão feliz por a produção do álbum ter acabado e podermos começar a tocar estas músicas ao vivo.

M.I. - Basicamente vocês começaram a trabalhar no novo álbum assim que “Grey Heavens” foi lançado!
Sim, acho que "Grey Heavens" foi lançado na Primavera de 2016 e as primeiras demos para o novo álbum foram feitas em Setembro / Outubro do mesmo ano.

M.I. - Acho que isso significa que são bastante criativos!
Sim, pode dizer-se que sim.

M.I. - A banda lançará o novo álbum “The Burning Cold” no final de Agosto. Quais as tuas expectativas?
Muitas coisas, porque mudamos de editora e estou ansioso para colaborar com a Century Media e fazer tournées, porque estou realmente orgulhoso destas músicas novas. Quero tocar ao vivo, ir a festas de metal e conhecer metaleiros de todo o mundo.

M.I. – As críticas têm sido bastante boas.
Acho que só li uma. Tenho estado ocupado na remodelação da minha casa, mas é fixe saber que as pessoas parecem gostar do álbum.

M.I. - De acordo com a editora, este é o maior e mais contagiante álbum da banda. Concordas?
Eu acho que sim, se o compararmos com os álbuns anteriores. "Grey Heavens" era um pouco mais sombrio, com reflexos de luz aqui e ali. “Beyond” tinha músicas ao estilo dos OG, muito old school. E este é uma combinação dos nossos últimos 3 ou 4 álbuns mas com um novo toque. Nós queríamos fazer isto há alguns anos, mas só o conseguimos com este álbum. Eu diria que a Century Media usou essas palavras porque sabem que este álbum tem algo de especial.

M.I. - Os fãs parecem estar bastante ansiosos... o que podem esperar? Queres revelar alguns detalhes?
Haha! Que tipo de detalhes? Sobre a música? Eu diria que a combinação entre a dureza e o poder dos vocais de death metal e os riffs fortes e as melodias da guitarra funcionam muito juntos neste álbum. As pessoas ficarão surpreendidas por termos feito esta mistura funcionar tão bem.

M.I. - A recente mudança de formação afectou o som da banda de alguma forma? Como é que se está a sair o novo baterista?
O Tuomo está a sair-se muito bem. Ele é um baterista com padrões altos, e nós gostamos disso porque tentamos sempre ser profissionais. Ele é um tipo fixe e com um bom sentido de humor. Encaixa-se quase perfeitamente... nada é perfeito, mas isto chega muito perto disso. Ele já está em tournée connosco desde 2015 e já provou que aguenta a vida em tournée. Às vezes há pessoas que, por algum motivo, não conseguem lidar com este estilo de vida, ficam realmente stressadas. O Tuomo não é assim e isso é uma das coisas mais importantes.

M.I. – O Markus Vanhala disse que o álbum "The Burning Cold" é como um capítulo especial para ele, que já não estava tão animado com um álbum novo há muitos anos! Pensas da mesma maneira?
Sim, acho que sim, porque realmente temos um bom álbum e estou muito animado. Há alguns anos que o Markus também trabalha com os Insomnium e, por isso, a sua situação é diferente da minha, mas, como costumamos dizer, os Ominum Gatherum são a nossa operação conjunta. Estou muito, muito animado. E não posso esperar para irmos em tournée e tocar estas músicas novas.

M.I. - A primeira faixa é intitulada “The Burning” e a última é “Cold”… o título parece ser uma junção destes dois títulos… é tão simples assim ou não?
É mais porque o título do álbum surgiu antes dessas músicas terem título e elas têm a mesma base de composição e estrutura... elas podiam ser literalmente combinadas, mas nós dividimo-las em 2 partes: no começo e no fim. Há uma sensação de algo... algo novo começa quando algo velho morre, de certa forma. Existe uma ligação.

M.I. - Os Omnium Gatherum lidam principalmente com temas pessoais… aplica-se o mesmo às letras deste álbum?
Acho que sim. Há algo pessoal em cada álbum. Não há como evitar isso porque colocas algo em todo o processo de criação, criando novas músicas e novos álbuns, acho que é inevitável.

M.I. – És tu que escreves as letras? O que te inspira?
Eu faço todas as letras de OG. Tantas coisas... a natureza é uma inspiração constante para mim. Mas também tudo o que é interessante e que acontece ao meu redor. A letra terceira música do álbum, na verdade a 4ª, se contares “The Burning”, foi inspirada num dos episódios da série Penny Dreadful... havia uma cena tão intensa e eu tive que colocar algo dessa cena na música. A inspiração acontece assim...

M.I. - Já tiveste uma mente em branco, sem ideias?
Sim, claro. Acho que, como artista à espera de inspiração, não podes pensar sobre isso, porque não podes prever quando acontecerá. Se passas mais tempo com o que te inspira... se treinares, tentares e fizeres pausas, acabará por surgir... a inspiração, simbolicamente, é como uma sombra que não consegues agarrar, mas tens de ser paciente e esperar que isso aconteça. Caso contrário, estarás apenas a bater com a cabeça contra a parede.

MI. - Mais uma vez trabalharam com o Dan Swano... o que há de tão especial nele para que continuem a “usá-lo”?
Nós consideramos outras alternativas, mas o primeiro álbum em que ele trabalhou connosco foi há 10 anos. Ele é incrível e realmente profissional. Pode ouvir o que temos a dizer e dá a sua opinião sem medo de dizer o que pensa. Estas são as razões mais importantes pelas quais continuámos a cooperar com ele. Adoro o seu trabalho!

M.I. - Ele não é o único com quem vocês colaboram sistematicamente... também há Olli-Pekka que tem sido responsável pela arte da capa desde a primeira demo da banda!
Sim, sim! Nós realmente tivemos que fazê-lo por causa de “Grey Heavens”… A capa de "The Burning Cold" tem todas as coisas que gostávamos quando éramos mais jovens.

M.I. – E está incrível!
Nós passámos a depender dele. Nós demos-lhe as novas músicas, as ideias e dissemos-lhe que tinha a liberdade de criar e ele assim fez. Essa capa surgiu e eu acho-a muito porreira.

M.I. - Realmente! Juntaste-te à banda há pouco mais de 10 anos... a tua vida mudou desde então? Mudou para melhor ou pior?
Sim, claro. Eu tocava noutra banda na época e o Markus pediu-me para tentar e eu, apesar de estar muito ocupado, e eu tentei. Mudança... mudou muito a minha vida, porque eu faço muitas tournées e tive de parar de trabalhar e, às vezes, até sinto falta disso. Essa é a maior mudança.

M.I. - É difícil lidar com as tournées e gerir o tempo com a família, filhos e tudo mais?
Quanto aos filhos, não sei, porque não tenho, mas às vezes é complicado. Há muitos dias em que estamos em tournée e não temos tempo para estar com os nossos entes queridos. Eu penso que também há muitas profissões nas quais as pessoas viajam muito. Eu dou o melhor para isto funcionar. Às vezes é difícil, mas vale a pena se usarmos o bom senso.

M.I. - Agora que estão na Century Media, terão muitas mais tournées!
Sim, mas isso é bom. Agora é a hora certa para as fazer. Venham elas!

M.I. - Quais são as tuas expectativas em relação à Century Media? Melhor promoção?
Acho que sim. Para uma banda que é tão activa como nós, precisamos de ter uma editora assim a trabalhar connosco. É muito difícil sobreviver e lidar com todas as redes sociais e a concorrência. A Century Media é uma boa editora e parece ter muitas pessoas fixes.

M.I. - Das novas faixas, quais achas que serão as mais apreciadas ao vivo?
Acho que todas as faixas soarão bem ao vivo, mas só descobriremos quando começar a tournée. Há sempre um ou dois concertos em jeito de aquecimento e depois é que “atacamos” e… eu acredito que todas as músicas funcionarão bem ao vivo. Se tiver mesmo que escolher uma, diria que a quarta música vai surpreender!

M.I. - As datas de Burning Cold Over Europe foram reveladas e Portugal não está incluído… porquê?
Infelizmente não está e eu não sei porquê. Nós tocámos em Portugal no ano passado e foi muito bom, mas desta vez não vai acontecer. Penso que iremos fazer outra tournée europeia com este álbum e Portugal será incluído nessa altura.

M.I. – Os OG andarão em tournée na América do Norte com Amorphis, Dark Tranquility e Moonspell. O que achas deste cartaz?
Acho muito bom, porque já fizemos tournées com todas as bandas, excepto com os Moonspell. Eu não os conheço pessoalmente, mas ouvi coisas boas sobre eles. As pessoas parecem estar animadas com o cartaz. É bom porque tem bandas diferentes dentro do mesmo género.

M.I. – Conheces mais alguma banda portuguesa?
Não, não mesmo!

M.I. - Obrigada pela entrevista. Mais alguma coisa que gostarias de dizer?
Muito obrigado pela entrevista e a todos os metaleiros. Vejo-vos em breve! Stay metal!


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Entrevista por Sónia Fonseca