A introdução de “Sinister Species” augura algo de abismal a suceder, e poucos segundos depois estamos perdidos no turbilhão de death metal brutal, preciso, com groove e sem tréguas.
Um álbum curto, cerca de 35 minutos, que não se afasta das variações de dinâmica ao longo dos seus temas, sendo de destacar o trabalho do baterista Jiri “Panther” Rosa que muito contribui para esta variedade e precisão no ataque, algo que se evidencia ao longo do primeiro tema “Odd man out”.
Tortharry enquanto banda mantém actividade desde 1991, oriundos da República Checa, e que têm mantido desde a sua formação lançamentos regulares, sendo esta a minha primeira introdução a este conjunto. Em face deste primeiro encontro, tornam-se evidentes pequenos acenos de cabeça a bandas de death metal do género que tiveram origem na mesma altura, mas nos Estados Unidos, mais precisamente Suffocation e Dying Fetus, quer pela brutalidade, quer pela precisão com que cada riff se sucede ao anterior, de forma devastadora, onde cada instrumento consegue arranjar espaço para contribuir para a riqueza dos temas (atente-se no baixo em “False Superiority”).
Com efeito, a palavra “ataque” é que mais me vem à cabeça ao ouvir este disco, pois não dá tréguas ao ouvinte e deixa pouco espaço para respirar, salvo nos ocasionais breakdowns. A execução de cada músico do conjunto e a forma como os temas se encadeiam ao longo do álbum deixam vontade de voltar a ouvir.
Nota: 7/10
Review por Raúl Avelar