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Entrevista aos Morbid Angel

O vocalista e baixista Steve Tucker falou sobre o passado, o presente e o futuro referindo-se a Kingdoms Disdained como um novo capítulo do livro Morbid Angel.


M.I.: O último álbum que Morbid Angel (MA) gravou foi há 6 anos. Por que demorou tanto para lançar um novo?

Morbid Angel demora sempre algum tempo a fazer álbuns. Entre o Heretic e o Illud Divinum Insanus Morbid Angel acho que foram uns 8 anos. Agora comigo de volta à banda tivemos que conciliar horários…


M.I.: Uma vez que o álbum de estreia de MA é um dos melhores discos de metal já lançados, sentem alguma pressão sobre os álbuns seguintes?

Isso foi há muito tempo e eu sinto que, desde então, tem surgido música incrível, escrita e tocada. Pressão é algo que é imaginário. Não é real tentar viver de acordo com um padrão que foi definido pelas circunstâncias, nunca poderia haver outro Alters of Madness, assim como nunca poderia haver outro Reign in Blood, ou outro Van Halen 1... Todos esses álbuns foram escritos num determinado momento, passado há muito, assim como as circunstâncias em redor das pessoas nesse mesmo momento... O melhor é olhar em frente.


M.I.: Este novo lançamento encontra a banda com apenas um dos membros, (Trey Azagthoth), foi preciso um esforço extra por parte da banda em particular?

Um membro do Altars of Madness sim, mas Trey e eu trabalhamos juntos há quase uma década e fizemos óptima música juntos e eu estou muito feliz com Kingdoms Disdained.


M.I.: Kingdoms Disdained é inegavelmente brutal novamente, mas falta alguma variedade ao longo das faixas. Quiseram jogar pelo seguro?

Não, jogar pelo seguro nunca fez parte do plano. Eu faço música brutal, é o que eu faço. O álbum tem algumas técnicas novas que nem nós nem o Death Metal fizeram anteriormente, ritmos polimétricos e contra-melodias malucas, estranhos acordes sob cordas, etc... este é outro capítulo do livro Morbid Angel.


M.I.: A crítica diz que a arte da capa é uma descrição visual da música do álbum: exibindo um animal idoso e gigantesco espalhando fogo e destruição! Concordam com isso? Se sim, foi de propósito?

Eu, pessoalmente, adoro a obra de arte, acho que pinta uma imagem incrível do mundo. Esta obra foi completamente de propósito, Ken Coleman é um artista incrível e também um fã de MA, que ajudou muito na troca de ideias, ele foi incrível de se trabalhar e estamos completamente entusiasmados com a arte.


M.I.: “Soa a MA antigo” é o que mais se ouve sobre Kingdoms Disdained! Como se sentem com isso?

Acho que isso é uma coisa óptima considerando que esta banda existe há muitos anos é importante que as pessoas reconheçam a música imediatamente como MA. Acho que MA é um estilo que muitos estão familiarizados e não querem que mude… eu sou uma dessas pessoas.


M.I.: Nenhum evento agendado até agora. Estão a preparar alguma tour? Se sim, para quando e onde?

Na verdade, daqui a alguns dias começarei os ensaios para a próxima tournée em Abril e Maio na América do Norte.


M.I.: Já estão a pensar / têm material novo?

Não, não neste momento. Kingdoms Disdained ainda é muito novo para nós, vamos pensar em coisas novas no futuro, mas agora estamos focados em fazer concertos.  


M.I.: Que tal a cultura dos fãs do Death Metal: relação homem / mulher, a idade do público ou a “etiqueta” no mosh pit? Notaram diferenças ao longo dos anos e isso muda consoante o país em que tocam?

Com o tempo o público realmente diminuiu bastante. Houve um tempo em que os concertos eram na sua maioria masculinos mas não é mais o caso, agora há muitas mulheres e elas sabem mesmo quando se trata de Death Metal!


M.I.: Querem deixar algumas palavras para os fãs de MA?

Obrigado pelos muitos anos de amor e apoio. Estamos ansiosos por vê-los.

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Entrevista por Sandra Gil Santos