Imprevisíveis têm sido os Mastodon ao longo da sua carreira que desde, o primeiro disco até ao “Emperor of Sand”, editado em 2017, têm demonstrado serem capazes de mudar o seu som, mantendo sempre as características que os tornam numa banda única e capaz de manter os seus ouvintes à espera de mais, mas não do mesmo.
Ora o EP, editado também em 2017, é composto por temas que não foram incluídos em “Emperor of Sand” e no anterior “Once More Around the Sun”, mas, que no seu todo, compõem uma unidade que se destaca de ambos os álbuns supra referidos. Este lançamento parece tratar-se de um EP conceptual, o que não destoa da discografia de uma banda que habituou os seus fãs a álbuns que regra geral possuem um conceito no seu centro lírico e musical.
O primeiro tema, "North Side Star", é assim mesmo, imprevisível, começando melancolicamente e mudando de dinâmica a meio para uma secção com groove, solos de guitarra que estabelecem uma ponte entre o lado mais pesado e melancólico dos Mastodon, dos tempos “Crack the Skye”, ao lado mais solto e agitado de “Blood Mountain”. “Toe to Toes”, a música que foi escolhida para o vídeo de apresentação do EP, tem na guitarra acústica o seu motor e riffs cativantes como fio condutor que acompanham a letra introspectiva cantada a duas vozes distintas, Brent Hinds e Troy Sanders, sendo que no tema anterior “Blue Walsh", brilha a voz de Brann Dailor.
A melancolia iniciada no primeiro tema com a voz de Brent Hinds e o seu pedal steel é retomada no tema-título que encerra o EP, dando fim uma jornada na qual três elementos musicais essenciais dos Mastodon são, na minha perspectiva, reunidos: vozes distintas partilhadas por três elementos da banda, mestria musical de cada um dos músicos (destacado desde “Remission”) e um conceito musical unificador (patente desde “Leviathan”).
Nota: 9/10
Review por Raúl Avelar