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Joe Satriani - "What Happens Next" Review


O primeiro tema que ouvi do mais recente de Joe Satriani, “Thunder High on the Mountain”, e que tenho revisitado quase diariamente resume os elementos mais característicos do som de Joe Satriani. Passo a explicar, este tema reúne riffs contagiantes e épicos, secção rítmica sólida, apontamentos em teclado que aumentam a sua grandiosidade e solos que servem de perguntas e respostas entre o guitarrista.

Mas este álbum destaca-se, à partida, por ser uma colaboração, rara para o guitarrista, em formato trio, tendo como membros da secção rítmica Chad Smith (Red Hot Chilli Peppers e Chickenfoot) a mostrar-se versátil e pesado na bateria como um baterista veterano de hard rock se tratasse, e Glenn Hughes no baixo (mais conhecido por Deep Purple e Black Country Comunnion), que aqui se foca no seu instrumento, ao invés de se servir da sua voz.

Com efeito, trata-se de um álbum que, do ponto de vista musical , representa uma marca única na discografia de Joe Satriani, quanto mais não seja pela formação de músicos utilizados, quer pelo facto de os músicos em questão estarem fora do que se poderá considerar a sua zona de conforto. E essa saída da zona de conforto nota-se nas músicas, que lembram tanto Satriani da fase de “Super Colossal” (“Thunder High on the Mountain”) e “Professor Satchafunkilus and the Musterion of Rock” (na boa disposição e à vontade de "Catbot"), para citar alguns exemplos.

Ainda, os próprios temas relembram outros artistas como os Muse (atenção aos teclados em “Cherry Blossoms”) ou Tom Petty and the Heartbreakers, no rock de “What Happens Next”, no qual se destaca uma guitarra ritmo característica do som desse conjunto.

Podendo ou não ser um ponto de viragem artístico para Joe Satriani, “What Happens Next” é em si, um excelente exemplo do talento do guitarrista como compositor e como solista que fala através do seu instrumento como poucos conseguem no universo rock, o que por si só já é muito bom numa carreira de mais de trinta anos. As músicas, como temas individuais, destacam-se bem umas das outras, mas formam um todo coeso que conta uma história com princípio, meio e fim. Recomenda-se tanto a fãs deste guitarrista como a fãs de rock instrumental que ainda não o conheçam.

Nota: 7/10

Review por Raúl Avelar