Este álbum de estreia de um colectivo de músicos desconhecidos, apresenta-se como um álbum que mistura as divagações shoegaze e agressividade do black metal de forma semelhante aos Deafheaven e Alcest. Menciono os primeiros pela agressividade das vozes e o seu enquadramento nas partes instrumentais, ou seja, ocasional mas precisa, os segundos pelo carácter contemplativo das composições e da variedade de sonoridades, especialmente patente no primeiro tema, “Eyeless Winter”.
Passados os onze minutos desse primeiro tema, entramos no segundo (são três no total), com uma sensação de ter passado para um registo menos folk mas mais post-rock, relembrando Forest Seasons de Wintersun, na primeira vertente, e Palms (de membros da banda Isis) na segunda vertente. No entanto, o facto de estarmos perante mais um tema em que camadas de melodia e peso vão sendo acrescentadas sem que se siga uma subida de dinâmica, parece que a construção de um estado meditativo nos Bloodbark vem primeiro e, só depois, a construção de músicas.
O último tema, “As wolves” relembra sonoridades mais pop por via de uma ideia melódica iniciada no piano e depois passada para a guitarra, lembrando, mais uma vez os Alcest na sua fase mais agressiva de “Écailes de lune”, passando para um “spoken word” que contribui muito para a originalidade do tema.
“Bonebranches” é um disco que prima pela sua crueza e passagens instrumentais bem conseguidas, mas que não compensa a longevidade dos temas ao nível de contemplação musical de forma que o ouvinte se sinta tentado a dar mais uma audição. Como primeiro esforço editorial deste conjunto virá uma maturação do seu som, pois existem claros indícios de que o potencial para tal, ali se encontra.
Nota: 5/10
Review por Raúl Avelar