Natal é
quando um homem quiser, mas se esse homem for o Jó dos Theriomorphic, Dezembro é
sinónimo de Carnatal!!
Pelas 23
horas deu-se início às hostilidades, com a entrada em palco dos Tument, a banda
de Oeiras que reúne elementos dos VS777 e Invoke. De macacão vermelho e avental
ao melhor estilo carniceiro, a banda rapidamente despachou alguns temas mais
antigos, focando o resto da sua actuação no LP de estreia, “Overmass”, lançado
nessa mesma noite. Com um death metal ultra-rápido, a tocar as franjas do grind,
mas com faixas muito mais longas que o normal, os Tument apostam numa excelente
performance vocal de pRX, que dialoga constantemente entre dois alter-egos, um
mais agudo e agressivo e outro mais grave e soturno. Destaque para “World of
Industry” numa actuação brilhante!
Do Redondo
chegaram os Mindtaker com o seu Thrash Metal Crossover. A banda tem vindo a
ganhar o seu espaço no panorama heavy nacional, com concertos importantes como
a presença no Wacken Open Air 2016, ou ainda este ano como suporte dos Anthrax
no Cine-teatro de Corroios, e dos Rasgo no RCA. O arranque com “Fuck Off”
deixou a sala bem disposta e iniciou o mosh, que não mais parou até ao final da
actuação dos alentejanos. O ponto alto foi sem dúvida o trio de faixas de
encerramento, com “Into the pit”, "Drink
beer for thrash” e “Toxic War”, que deixaram todos os presentes a pedir um
encore, que infelizmente não chegou a acontecer.
Do Porto
chegaram os Cape Torment e o seu death metal old-school, a lembrar algumas das
mais famosas bandas do final dos anos 80, a maioria oriunda do estado da Florida
(Death, Deicide ou Morbid Angel, por exemplo). Com um EP editado em 2016, foi
nesse trabalho discográfico que se estrearam na sala do Stairway. Apesar do
contratempo do não arranque do intro, a banda não se deixou intimidar e
arrancou com “Adamastor”, que deixou imediatamente todos rendidos ao som dos
portuenses. Seguiu-se o desfilar de excelentes prestações dos temas do EP, com
destaque para “Raging in the Dark”, ou “The Sea of Pain”, a anteceder uma
espectacular versão do tema “Dawn of Eternity” dos Massacre, mais uma banda da
Flórida, e que levou ao rubro todos os presentes! “Death Metal Control” fechou
a actuação dos Cape Torment, uma prestação espectacular e a deixar água na boca
para acompanhar o futuro da banda.
Os cabeças
de cartaz são um dos nomes fortes do Power Metal nacional. Com dois álbuns
editados, além de alguns splits e EPs, os Ravensire são um caso sério de
qualidade, tendo levado o nome de Portugal um pouco por toda a Europa. “Cromlech
Reveletions”, faixa que abre o LP “The Cycle Never Ends” de 2016 foi o tema
escolhido para abrir a prestação dos lisboetas, mostrando uma sonoridade épica,
alicerçada nas duas guitarras de Nuno Mordred e Mário Figueira, este
recentemente recrutado para a banda, guiados pela mestria e experiencia de Rick
Thor. “Procession of the Dead” fez-nos regressar a “The Cycle...”, antes de uma
das favoritas da plateia, a mais recente “Facing the Wind”, com riffs
galopantes a obrigar o corpo a mexer. Até ao final da actuação, que pareceu
curta tal a qualidade dos músicos em palco, destaque para “Temple at the End of
the World”, a relembrar Running Wild ao seu melhor nível.
Final de
festa para o Carnatal 2017. Venha 2018!!!
Texto e fotografias por Vasco Rodrigues
Agradecimentos: MetalHead Events