Vinte e três são os anos que separam o aclamado "The Church Within", deste último trabalho dos Obsessed, "Sacred".
O importante, desde já, é falar da excelente sonoridade deste álbum e não dos encontros e desencontros dos membros da banda. Apenas realçar que, qualquer dúvida de estarmos no Universo sagrado de uns Saint Vitus… é pura coincidência. O Sr. Wino sabe bem do que estamos a falar.
Há Rock & Roll, Groove, Doom, Heavy Metal , um “cheirinho” a Blues e no final uma produção que nos envolve do início ao fim desta viagem. Perdoem-me mas eu sinto que entre nós está algo de Motörhead e Saxon, é realmente fabuloso o ambiente que se escuta, nestes 57 minutos de música.
"Punk Crusher", segunda malha do álbum, põe em prática as palavras que escrevi. Dá vontade de a colocar em loop eterno. A bateria e a guitarra são simplesmente arte em movimento.
São muitas as pérolas que podemos encontrar neste trabalho, "It's Only Money" recorda-me os psicadélicos anos 70. Não será um tributo mas Purple e Zeppelin estão neste contributo.
No fundo, conseguir isolar malhas deste álbum é uma tarefa muito complicada. Cada uma segue uma linhagem diferenciada da seguinte. Por outro lado temos genialidade bem patente em grande parte delas, Cold Blood e Stranger Things são exemplos disso mesmo. Com guitarradas e sessão rítmica de nos fazer querer pegar no carro e sair por essas estradas fora de vidros bem abertos e cigarro na boca.
Sacred é maturidade, sapiência e rebeldia. É arte.
Review por Ricardo Gonçalves