A Metal Imperium esteve ao telefone com Max Portnoy, o filho do baterista dos Dream Theater Mike Portnoy, e ele próprio baterista da banda Next To None. Com a edição em breve de “Phases”, o Segundo álbum de originais da banda da Pensilvania, falámos do processo de gravação, expectativa sobre a nova direcção sonora da banda e memórias de infância.
M.I. – Max, muito obrigado por teres tempo para falar connosco. Vamos começar pelo início: Como é que surgiram os Next To None?
Sempre cresci no meio musical, sendo exposto a música logo numa idade muito jovem, e sendo o meu pai um baterista, acabei por tocar toda a minha vida. Depois, com 10 anos mais ou menos, comecei a levar as coisas mais a sério, tocar alguns concertos e com várias pessoas. Quando conheci o Thomas Cuce (teclas e vocalista), decidimos que era altura de começar a escrever material original e compor umas músicas. Conhecia o Kris Rank (baixista) ainda quando ele tocava guitarra, e quando se juntou aos Next To None mudou para o baixo. O Derrick Schneider foi o ultimo a entrar para a banda, o ano passado, quando o guitarrista que tínhamos foi para a universidade.
M.I. – Sendo tu o filho de um baterista tão importante, isso influenciou a tua escolha de instrumento?
Obviamente que quando começas a tocar bateria quando tens apenas 3 anos, e por teres montes de bombos e tarolas espalhadas por casa e onde quer que vás, tens tendência a agarrar naquilo. Foi isso comigo. Nunca existiu um conselho do meu pai para escolher a bateria sobre qualquer outro instrumento mas era fácil demais para estar a largar e começar a tocar outra coisa.
M.I. – Mencionaste que havia todos esses instrumentos espalhados por casa e também é verdade que seguiste os Dream Theater em tournée desde que nasceste. Achas que eles são uma influência para ti enquanto músico?
Seria doido se não incluísse o meu pai na lista das maiores influências que tenho. Mas foi-me apresentada tanta banda e tanta música ao longo destes anos que não posso reduzir apenas a ele. Adoro Slipknot desde a primeira vez que ouvi, por isso diria que eles são uma das minhas maiores influências, mas também Lamb of Good, Korn ou Tool.
M.I. – Começaste a escrever letras aos 10/11 anos de idade, uma idade em que a maioria dos jovens tem outras coisas na cabeça...
Isso é muito verdade. A maioria dos amigos que tenho com a mesma idade que eu estão mesmo interessados noutras coisas, mas foi assim que aconteceu. Acho que foi algo bastante natural.
M.I. – Falando de “Phases”, o vosso segundo disco, há um claro desvio na direcção da vossa música, de encontro a sonoridades mais pesadas do que acontecia no álbum de estreia “A Light In The Dark” de 2015…
É sem dúvida mais pesado…
M.I. – Isso teve a ver com a mudança de produtor do disco? Em 2015, o disco foi produzido pelo teu pai. “Phases” é produzido pela banda. Achas que foi um passo no sentido de cortares a ligação invisível a ele, que ainda faz muitas pessoas questionar se o vosso som é mais obra do teu pai que vossa?
Sim, é isso mesmo. Temos pessoas que questionam a nossa habilidade de tocar, que dizem que é o meu pai que faz tudo. Quisemos mostrar que somos capazes de criar música que é completamente nossa. Tudo o que ali ouves vem de dentro de nós enquanto banda. Neste disco passámos 4 ou 5 meses juntos, e mesmo quando o processo de produção começou, estávamos lá todos para ajudar e contribuir. Claro que as pessoas vão sempre comparar e falar do envolvimento do meu pai no processo, mas não foi o caso com este disco.
M.I. – O vosso som tem sido descrito como uma nova geração de rock progressivo, e olhando para as faixas escolhidas para o álbum, elas alternam entre os 9 minutos de duração e algumas bem mais curtas. Isso foi pensado? Como é que fizeram em estúdio para produzir faixas com esta duração?
Quando começámos a compor e a escrever as faixas foi difícil antecipar o tempo que cada uma iria ocupar no final. Podemos gravar uma faixa com 3 minutos que pensamos estar perfeita e não tocar mais nela como também haver alturas em que achamos que uma de 4 minutos necessita mais alguma coisa, seja teclas, ou um outro riff de guitarra, e acabamos por estender mais 2 ou 3 minutos. O que é importante é estarmos contentes com o resultado final.
Essa é uma excelente pergunta. No outro dia estava num concerto de Tool e via como eles tocavam as suas músicas com detalhes extra, adicionando mais coisas ao vivo. E funcionou de maneira brilhante. Acho que algumas das nossas faixas podem ter momentos desses ao vivo. É algo que vamos com certeza considerar!
M.I. – No início do ano andaram em tournée com os Haken. Conseguiram introduzir algumas das novas músicas no alinhamento?
Não muitas. Tocámos duas ou três, obviamente o primeiro single “The Apple”, mas pude ver a reacção do público ao material mais pesado que estava a ser tocado. Os concertos foram espectaculares, tocar na Alemanha, Inglaterra e Itália foi excelente. Mas agora vamos voar de volta à Europa numa mini-tour de suporte aos Mike Portnoy’s Shattered Forest e tocaremos muitas mais.
M.I. – Vão regressar à Europa? Vão andar pelo Velho Continente quando o disco for lançado, a 7 de Julho?
Quase!!! Vamos tocar uma série de concertos pela Europa a partir de 28 de Junho, no Koko de Londres, e acabamos na Holanda na véspera do lançamento do disco. Voamos de volta aos Estados Unidos para dois ou três concertos de apresentação do disco e depois partimos em tournée no mês de Julho com as Doll Skin.
M.I. – Algo que reparei quando tocas ao vivo é que mesmo Escondido atrás de uma enorme bateria, és bastante ativo ao longo do concerto. Como ficam os teus níveis físicos depois de cada actuação?
Bastante baixos!!! Dou sempre 100% no palco e adoro fazer headbanging durante todo o concerto, por isso fico bastante exausto a caminho do fim. Tenho sempre de beber duas garrafas de água ainda antes de acabar a actuação!!
M.I. – Muito obrigado pela entrevista e boa sorte para o futuro. Esperamos apanhar a banda proximamente ao vivo aqui por Portugal. Queres deixar uma última mensagem aos nossos leitores?
Muito obrigado pelo apoio. O novo álbum sai dia 7 de Julho e tem algo para toda a gente, por isso espero que oiçam e gostem dele.
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Entrevista por Vasco Rodrigues