Pouco mais de um ano desde o seu último lançamento, a jovem banda de Ocean City está de volta com mais um álbum.
Desta vez lançado pela magnífica Profound Lore Records e produzido pelo inconfundível Kurt Ballou dos Converge, os Full of Hell regressaram sem rodeios, com um álbum de 23 minutos que demonstra um ritmo implacável praticamente de início ao fim.
Tal como em muitos dos álbuns produzidos pelo Kurt Ballou, é desde início evidente o enorme peso que a produção teve neste álbum, com um som de guitarra esmagador, uma bateria impiedosa e o baixo a adicionar uma espessa camada extra de distorção.
Apesar da menor presença de elementos de Noise e de subgéneros do Hardcore, como Powerviolence, relativamente aos álbuns anteriores da banda, os Full of Hell foram mais uma vez capazes de nos brindar com uma mistura de vários géneros do Metal Extremo.
Repleto de riffs estridentes de Grindcore, algures entre o som dos Pig Destroyer e dos Discordance Axis, tingidos com grooves de Death Metal, mudanças súbitas de tempo que funcionam como levar um soco no estômago, e algumas secções ferozes de Black Metal dissonante, este é um álbum à velocidade da luz, apenas interrompido na penúltima faixa, que consiste numa música inquietante de noise com estranhos vocais femininos e uma enorme massa de distorção a meio acompanhada pelos berros dolorosos do vocalista.
Apesar de tudo isto e da brilhante prestação do vocalista que executa tudo na perfeição desde os death growls aos gritos dilacerantes de Grind e tudo entre esta range, este é um álbum que não representa uma evolução no som dos Full of Hell e que não prima pela originalidade, não só devido à linearidade do seu som, como pelo uso um quanto cliché de samples. Seja como for, é um álbum interessante o suficiente para agradar os fãs desta banda que é ainda muito jovem e demonstra muito potencial para evoluir e experimentar.
Review por Filipe Mendes