Com tanta aproximação do black metal ao mainstream, com os pós-isto e os pós-aquilo, até quase que nos esquecemos de que o black metal atmosférico não é de agora e que não se trata de uma moda passageira para encher os bolsos de alguém. Quase. Os Depicting Abysm chegam ao segundo álbum com este "Passage" e apresentam cinco longos temas que nos envolvem como uma depressão de Inverno. A banda Russa não nos é estranha - o seu álbum de estreia, "Immersion", foi analisado nestas mesmas páginas e causou-nos uma boa impressão. Três anos depois voltamos a ter notícias.
E até são boas notícias.
Temos o andamento mortiço expectável, que poderia estar num álbum de doom e é essa aura que também rodeia este trabalho. Aliás, se este álbum fosse rotulado como doom, não estaria errado de todo, sendo que os maiores pontos identificativos com o black metal é mesmo a voz e os tremolos picking que são mesmo uma constante ao longo destas cinco faixas. O que também é uma constante é o espírito que percorre todo o trabalho, o que faz que o mesmo careça de alguma dinâmica. Falando em termos musicais, há um pouco o abuso da repetição, dificultando um pouco a questão da dinâmica.
Lá está, não é novidade para nós, já que no álbum anterior isso acontecia também. A questão que difere é que em "Immersion" tínhamos um efeito hipnótico que aqui não surge tão facilmente e a repetição poderá causar algum aborrecimento. O que realmente mudou é que a voz parece ser o ponto de dinâmica que a música em si não traz. Se antes achavamos que era dispensável, aqui achamos que a mesma acaba por ser mesmo necessária para a vida destas cinco músicas. Não tão interessante como a estreia mas ainda assim, com saldo bastante positivo.
Nota: 7/10
Review por Fernando Ferreira
E até são boas notícias.
Temos o andamento mortiço expectável, que poderia estar num álbum de doom e é essa aura que também rodeia este trabalho. Aliás, se este álbum fosse rotulado como doom, não estaria errado de todo, sendo que os maiores pontos identificativos com o black metal é mesmo a voz e os tremolos picking que são mesmo uma constante ao longo destas cinco faixas. O que também é uma constante é o espírito que percorre todo o trabalho, o que faz que o mesmo careça de alguma dinâmica. Falando em termos musicais, há um pouco o abuso da repetição, dificultando um pouco a questão da dinâmica.
Lá está, não é novidade para nós, já que no álbum anterior isso acontecia também. A questão que difere é que em "Immersion" tínhamos um efeito hipnótico que aqui não surge tão facilmente e a repetição poderá causar algum aborrecimento. O que realmente mudou é que a voz parece ser o ponto de dinâmica que a música em si não traz. Se antes achavamos que era dispensável, aqui achamos que a mesma acaba por ser mesmo necessária para a vida destas cinco músicas. Não tão interessante como a estreia mas ainda assim, com saldo bastante positivo.
Nota: 7/10
Review por Fernando Ferreira