Os Raw são um duo canadiano que à partida poderá parecer demasiado ambicioso para o seu próprio bem. Se atentarmos às palavras escritas no press-release, então teríamos, muito sucintamente, uma mistura entre rock psicadélico, country, o típico blues do Delta do Mississipi e ainda o black metal. Parece bom demais para ser verdade, não é? Bom demais existir algo assim e bom demais que, existindo, o resultado seja algo para recordar mais tarde.
A faixa de abertura não nos desfaz muito as dúvidas que possamos ter. Não é má, mas também não chama particularmente a atenção. Com a “Chopped Em Up” já começamos a detectar um padrão, em que temos um ritmo levemente blues, distorcido e que ajudado pela voz rouca e meio rasgada, acaba por resultar num tema que é mais doom do que propriamente black metal. Com “Slowly But Rarely” temos então, finalmente, o tão feeling descaradamente blues/rock’n’roll que até funciona muito bem, mas, mais uma vez, nada de black metal. E é por esta altura que desistimos de procurar e apenas concentrar-nos na música em si.
Mesmo que o black metal seja apenas miragem por aqui, sem dúvida que “From The First Glass To The Grave” é um álbum que se ouve muito bem, indo buscar as raízes do rock e, indirectamente, da música pesada, resultando em músicas que têm uma ambiência muito negra e intensa e até cinematográfica que nos envolve lentamente e da qual não queremos mais largar. Teremos que destacar obrigatoriamente o tema-título épico (com mais de quinze minutos) que é uma autêntica viagem e sem dúvida o ponto alto desta estreia.
As associações feitas dos estilos todos mencionados no primeiro parágrado ao black metal é sempre uma ferramenta de marketing vencedora, embora neste caso fosse escusada, até porque até mesmo a parte metal em si não é de todo evidente. Questões de rótulos aparte, este é um álbum que vale a pena conhecer e para quem gosta de coisas stoner/doom, sem dúvida que vai apreciar estas seis faixas (e trinta e nove minutos) que acabam por soar a pouco.
Nota: 7/10
Review por Fernando Ferreira
A faixa de abertura não nos desfaz muito as dúvidas que possamos ter. Não é má, mas também não chama particularmente a atenção. Com a “Chopped Em Up” já começamos a detectar um padrão, em que temos um ritmo levemente blues, distorcido e que ajudado pela voz rouca e meio rasgada, acaba por resultar num tema que é mais doom do que propriamente black metal. Com “Slowly But Rarely” temos então, finalmente, o tão feeling descaradamente blues/rock’n’roll que até funciona muito bem, mas, mais uma vez, nada de black metal. E é por esta altura que desistimos de procurar e apenas concentrar-nos na música em si.
Mesmo que o black metal seja apenas miragem por aqui, sem dúvida que “From The First Glass To The Grave” é um álbum que se ouve muito bem, indo buscar as raízes do rock e, indirectamente, da música pesada, resultando em músicas que têm uma ambiência muito negra e intensa e até cinematográfica que nos envolve lentamente e da qual não queremos mais largar. Teremos que destacar obrigatoriamente o tema-título épico (com mais de quinze minutos) que é uma autêntica viagem e sem dúvida o ponto alto desta estreia.
As associações feitas dos estilos todos mencionados no primeiro parágrado ao black metal é sempre uma ferramenta de marketing vencedora, embora neste caso fosse escusada, até porque até mesmo a parte metal em si não é de todo evidente. Questões de rótulos aparte, este é um álbum que vale a pena conhecer e para quem gosta de coisas stoner/doom, sem dúvida que vai apreciar estas seis faixas (e trinta e nove minutos) que acabam por soar a pouco.
Nota: 7/10
Review por Fernando Ferreira