O último EP dos Inter Arma, lançado há dois anos, foi qualquer coisa de fantástica, uma obra difícil de qualificar que está para nós como uma das mais espantosas composições alguma vez feita. Portanto, seria de esperar que depois de tal obra, seria sempre a descer, pelo que é com alguma curiosidade e até apreensão que abordamos este "Paradise Gallows", o terceiro álbum da banda norte-americana. Como seria expectável, não nos captura à primeira como "The Cavern2 capturou, o que de certa forma corresponde às expectativas. No entanto existe mais aqui do que aquilo que está à superfície.
Não podemos dizer que se tenham verificado grandes mudanças em termos sonoros. Continuamos a ter o negro lamacento, tão sujo quanto possível, traduzindo (ou encriptando, ainda não percebemos lá muito bem) rituais que estão enterrados dentro da nossa psique - o que se entende que este trabalho tenha um impacto diferente de ouvinte para ouvinte, mas até aí também não há nada propriamente novo. Ainda assim temos aqui momentos mais intensos e outros que apelam à hipnose pura. No grupo dos primeiros teremos que incluir obrigatoriamente algo como "An Archer In The Emptiness" enquanto nos segundos, o épico "Primordial Wound" que apela ao doomster que há em nós.
E é por esta dinâmica que aos poucos nos convencemos que os Inter Arma não nos deram aquilo que queríamos (ou seja, mais do mesmo) mas que nos deram algo ainda melhor. Uma dinâmica impressionante em nove temas que nos trazem mais cores e mais estados de espírito do que o esperado - obrigatório ouvir a "Potomac". Não é um trabalho fácil de ouvir, é certo e não nos arrebata como o já mencionado último EP, mas tem o dom de nos fazer descobrir, mais do que pormenores nas músicas conforme vamos voltando a elas (e vamos voltando). Faz-nos descobrir algo mais sobre nós próprios. Mais do que apenas música, esta é quase uma experiência religiosa. Um grande trabalho.
Nota: 9.5/10
Review por Fernando Ferreira
Não podemos dizer que se tenham verificado grandes mudanças em termos sonoros. Continuamos a ter o negro lamacento, tão sujo quanto possível, traduzindo (ou encriptando, ainda não percebemos lá muito bem) rituais que estão enterrados dentro da nossa psique - o que se entende que este trabalho tenha um impacto diferente de ouvinte para ouvinte, mas até aí também não há nada propriamente novo. Ainda assim temos aqui momentos mais intensos e outros que apelam à hipnose pura. No grupo dos primeiros teremos que incluir obrigatoriamente algo como "An Archer In The Emptiness" enquanto nos segundos, o épico "Primordial Wound" que apela ao doomster que há em nós.
E é por esta dinâmica que aos poucos nos convencemos que os Inter Arma não nos deram aquilo que queríamos (ou seja, mais do mesmo) mas que nos deram algo ainda melhor. Uma dinâmica impressionante em nove temas que nos trazem mais cores e mais estados de espírito do que o esperado - obrigatório ouvir a "Potomac". Não é um trabalho fácil de ouvir, é certo e não nos arrebata como o já mencionado último EP, mas tem o dom de nos fazer descobrir, mais do que pormenores nas músicas conforme vamos voltando a elas (e vamos voltando). Faz-nos descobrir algo mais sobre nós próprios. Mais do que apenas música, esta é quase uma experiência religiosa. Um grande trabalho.
Nota: 9.5/10
Review por Fernando Ferreira