Os Wormfood são uma entidade estranha. Se fossemos norte-americanos diríamos simplesmente depois da frase anterior “são franceses” mas isso não é desculpa. O som assenta numa mescla entre o gótico, o esquisito e o black metal. Até parece um filme de western do Sérgio Leone, mas não trata-se mesmo de uma hora de metal extravagante que poderá desafiar a paciência daqueles que gostam de coisas mais directas. No entanto, se houver um pouco de paciência, no final talvez se consiga apreciar – com insistência, é certo – “L’Envers”.
A sonoridade do francês, para já, tem o seu quê de macabro, o que neste contexto, encaixa como uma luva, que faz com que uma faixa em spoken word – curiosamente a escolhida para servir de intro – soe mística, tão mística como se tivesse instrumentos a entoar mantras para hipnotizar o ouvinte. No entanto, aparecem depois coisas como “Gone On The Hoist (G.O.T.H.)”, que soa tão diferente que mais parece uma cover de uma qualquer banda clássica de metal gótico. Não é de estranhar que tenha sido escolhida para avanço ao novo trabalho.
É um trabalho de audição exigente e de interiorização difícil. A forma como termina também não é propriamente regular, já que “Poisonne” parece que exige que se siga mais qualquer coisa. E é esse o espírito nas primeiras audições que vinga. Parece que falta qualquer coisa, parece que ficámos à espera de qualquer coisa. Intrigante, exigente e recompensador quando finalmente largamos a resistência e nos deixamos embalar na esquisitice maravilhosa de temas como “Serviteur Du Roi”, “Collectionneur De Poupées” e “Géhenne”. É uma viagem surpreendente. É preciso é paciência.
Nota: 7.5/10
Review por Fernando Ferreira
A sonoridade do francês, para já, tem o seu quê de macabro, o que neste contexto, encaixa como uma luva, que faz com que uma faixa em spoken word – curiosamente a escolhida para servir de intro – soe mística, tão mística como se tivesse instrumentos a entoar mantras para hipnotizar o ouvinte. No entanto, aparecem depois coisas como “Gone On The Hoist (G.O.T.H.)”, que soa tão diferente que mais parece uma cover de uma qualquer banda clássica de metal gótico. Não é de estranhar que tenha sido escolhida para avanço ao novo trabalho.
É um trabalho de audição exigente e de interiorização difícil. A forma como termina também não é propriamente regular, já que “Poisonne” parece que exige que se siga mais qualquer coisa. E é esse o espírito nas primeiras audições que vinga. Parece que falta qualquer coisa, parece que ficámos à espera de qualquer coisa. Intrigante, exigente e recompensador quando finalmente largamos a resistência e nos deixamos embalar na esquisitice maravilhosa de temas como “Serviteur Du Roi”, “Collectionneur De Poupées” e “Géhenne”. É uma viagem surpreendente. É preciso é paciência.
Nota: 7.5/10
Review por Fernando Ferreira