O duo canadiano conhecido como Nadja tem uma discografia extensa como o Alentejo, com vinte e um álbuns de originais, sem contar com este "Sv" e mesmo com tantos álbuns (o primeiro foi editado em 2002), ainda se permite a estar dois anos sem lançar nenhum (não esteve propriamente parada, tendo editado EP, álbuns ao vivo e colaborações com outras bandas/artistas. A abordagem muito própria da banda ao som mais monolítico, ambiental e experimental fez com que em pouco tempo tivesse reunido um culto à sua volta - onde as inúmeras colaborações e splits tiveram uma forte palavra a dizer.
O que é que podemos esperar então para este trabalho? O inesperado talvez, embora já seja difícil, a este ponto, os Nadja nos surpreenderem. Composto por uma única faixa de quarenta e um minutos, chamada "Sievert", o que temos um mantra sonoro e hipnótico. Temos que dizer... é obra usar apenas umas parcas melodias (ou ritmos) durante quarenta e um minutos e a mesma não enjoar. Pelo contrário, hipnotiza. Um tema que nos é apresentado envolto de ruído industrial - suave, nada de muito violento - um drone que vai crescendo de intensidade.
Poderá pensar-se que o ruído poderá eventualmente resultar em dor de cabeça - e não nos surpreende para aqueles que são mais sensíveis e mais impacientes que desistissem a meio - mas é a finalidade da coisa, julgamos nós. Termos algo que vai crescendo, vai-se mutando. Vivo, orgânico, é possível sentí-lo a respirar dentro da nossa cabeça, mesmo depois de desligar. E esse é o seu maior feito. Este trabalho, ouvido na íntegra, sem interrupções, continua a tocar na nossa cabeça mesmo depois da música parar. Compreendemos quem dizer que isto é intragável, mas definitivamente não concordamos. Música é também experimentação e fazer passar sensações, sentimentos e estados de espírito. E há disso tudo aqui.
Nota: 8.5/10
Review por Fernando Ferreira
O que é que podemos esperar então para este trabalho? O inesperado talvez, embora já seja difícil, a este ponto, os Nadja nos surpreenderem. Composto por uma única faixa de quarenta e um minutos, chamada "Sievert", o que temos um mantra sonoro e hipnótico. Temos que dizer... é obra usar apenas umas parcas melodias (ou ritmos) durante quarenta e um minutos e a mesma não enjoar. Pelo contrário, hipnotiza. Um tema que nos é apresentado envolto de ruído industrial - suave, nada de muito violento - um drone que vai crescendo de intensidade.
Poderá pensar-se que o ruído poderá eventualmente resultar em dor de cabeça - e não nos surpreende para aqueles que são mais sensíveis e mais impacientes que desistissem a meio - mas é a finalidade da coisa, julgamos nós. Termos algo que vai crescendo, vai-se mutando. Vivo, orgânico, é possível sentí-lo a respirar dentro da nossa cabeça, mesmo depois de desligar. E esse é o seu maior feito. Este trabalho, ouvido na íntegra, sem interrupções, continua a tocar na nossa cabeça mesmo depois da música parar. Compreendemos quem dizer que isto é intragável, mas definitivamente não concordamos. Música é também experimentação e fazer passar sensações, sentimentos e estados de espírito. E há disso tudo aqui.
Nota: 8.5/10
Review por Fernando Ferreira