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Mantar - "Ode To The Flame" Review


Os Mantar pode-se dizer que estão a viver o sonho, mesmo quando o sonho não passava exactamente para chegar a este ponto. É a prova maior de que as coisas quando são sinceras e são feitas com paixão, apenas o céu é o limite. O duo alemão surpreendeu o underground com a estreia “Death By Burning” que misturava o black metal com um forte feeling sludge. Depois foram os próprios que foram surpreendidos pelo interesse da Nuclear Blast em lançar o segundo álbum, um álbum do qual nem tinham muitos planos ou expectativas que acontecesse.

Aconteceu e ainda bem.

Aquilo que é refrescante – e atenção, não entender lufadas de ar fresco com originalidade – é a forma como os mesmos conseguem fundir dois estilos que à partida até nem têm muito em comum (em termos de imaginário, pelo menos) e construir dez músicas que se tornam viciantes ainda que nenhuma delas se torne imediata. E é este facto que faz com que voltemos a “Ode To The Flame” com tanta vontade e frequência. Porque intriga-nos, chama-nos e vicia-nos. Não exactamente por esta ordem.

Desde a abertura com “Carnal Rising” que tem tanto de uns High On Fire como de uns Kampfar, até à levemente épica “Schwanenstein”, este segundo álbum prova que a aposta da Nuclear Blast não foi desprovida de sentido. A maneira como apenas uma bateria, guitarra e voz conseguem encher tanto um som também não é novidade para nós, nem no espectro do black metal (os Inquisition são um dos nomes mais óbvios) no entanto, esse impacto, aliado a músicas que nos chamam sempre para mais uma volta tal e qual o senhor dos carrinhos de choque da Feira Popular é a razão da grandeza deste álbum.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira