Tempos atrás (uns vinte anos talvez) quando diziamos que se tinha black metal vindo dos E.U.A., era porque era alguma proposta bruta e fria como se tivesse sido esventrada de alguma tripa norueguesa. Esses tempos já lá vão e o black metal vindo do outro lado do Atlântico tem se tornado cada vez mais aventureiro. Claro que é sempre redundante fazer este tipo de afirmações, até porque só olhamos para o que queremos quando queremos, mas podemos encaixar os Krallice nesse espectro de bandas recentes que tem uma abordagem bem vanguardista ao black metal.
A coisa não é agora e também não seria de esperar que ao quinto álbum as coisas mudassem. Com uma abordagem bem técnica - A "Wastes Of Ocean" parece algo do género "o que aconteceria se os Death se fundissem aos Cynic por alturas do "Focus" e desatassem a tocar black metal à la Emperor na fase do "Prometheus - The Discipline Of Fire & Demise"? - este será um álbum para pôr os cabelos em pé de todos os trves. Verdadeiramente. Pode até ser considerado algo prepotente e pretensioso e até é, no entanto, e a melhor analogia que encontro é a seguinte, é como se tivessemos aquele rapaz que tem umas ideias estranhas, fora da caixa, mas tudo aquilo que diz, que se julga ser algo parvo, bate certo. Ou seja, parecem prepotentes pela música vanguardista que fazem mas eles devem-se estar pouco defecando para isso já que a qualidade essa é mesmo evidente.
Um álbum curto, com seis temas apenas em pouco mais de meia hora, também revela a lucidez da banda. Dificilmente haveria capacidade para acompanhar tanta coisa a acontecer durante tanto tempo e se eu até sou uma das pessoas que se queixa com álbuns com tempo curto, neste caso terei que admitir que é mais que suficiente e que enche por uns tempos, sendo necessário uns minutos de silêncio antes de fazer o quer que seja. Em termos culinários, este é aquela comida gourmet, de aspecto estranho que parece mais uma pintura abstracta e da qual julgamos que vamos ficar cheios de fome mas surpreendentemente ficamos bem satisfeitos.
Um álbum surpreendentemente eficaz e intrigante como poucos. No final só fica uma questão:
"O que é que acabou de acontecer aqui?!"
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira
A coisa não é agora e também não seria de esperar que ao quinto álbum as coisas mudassem. Com uma abordagem bem técnica - A "Wastes Of Ocean" parece algo do género "o que aconteceria se os Death se fundissem aos Cynic por alturas do "Focus" e desatassem a tocar black metal à la Emperor na fase do "Prometheus - The Discipline Of Fire & Demise"? - este será um álbum para pôr os cabelos em pé de todos os trves. Verdadeiramente. Pode até ser considerado algo prepotente e pretensioso e até é, no entanto, e a melhor analogia que encontro é a seguinte, é como se tivessemos aquele rapaz que tem umas ideias estranhas, fora da caixa, mas tudo aquilo que diz, que se julga ser algo parvo, bate certo. Ou seja, parecem prepotentes pela música vanguardista que fazem mas eles devem-se estar pouco defecando para isso já que a qualidade essa é mesmo evidente.
Um álbum curto, com seis temas apenas em pouco mais de meia hora, também revela a lucidez da banda. Dificilmente haveria capacidade para acompanhar tanta coisa a acontecer durante tanto tempo e se eu até sou uma das pessoas que se queixa com álbuns com tempo curto, neste caso terei que admitir que é mais que suficiente e que enche por uns tempos, sendo necessário uns minutos de silêncio antes de fazer o quer que seja. Em termos culinários, este é aquela comida gourmet, de aspecto estranho que parece mais uma pintura abstracta e da qual julgamos que vamos ficar cheios de fome mas surpreendentemente ficamos bem satisfeitos.
Um álbum surpreendentemente eficaz e intrigante como poucos. No final só fica uma questão:
"O que é que acabou de acontecer aqui?!"
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira