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Atrorum- "Structurae" Review


Não sabendo bem porquê, o rótulo de black metal progressivo sempre nos causou alguma confusão, principalmente por nunca corresponder à realidade. Os Atrorum são mais um dos casos que não ajudam a que este sentimento mude. A banda chega ao terceiro álbum e apresenta-nos oito músicas que estão com os pés bem acentes no terrendo avantgarde. De black metal tem muito pouco e de progressivo... bem, não basta ter músicas com mais de oito minutos para que se possa dizer que é progressivo. A primeira banda que nos surge como termo de comparação são os também alemães Die Apokalyptischen Reiter quando eram aventureiros embora os Atrorum sejam bem mais sóbrios na sua maluquice.

O que temos é som tipicamente alemão que vai do extremo, passando pelo sinfónico e acentando muito no gótico, com melodias pouco usuais e com umas ocasionais linhas de piano que normalmente aparecem demasiado à frente, ficando um pouco desfazadas no meio da confusão geral. A juntar ao atrás referido temos ainda música electrónica, doom e até leads próprios de heavy metal. O problema principal deste tipo de propostas que tentam ir a todo o lado é de não chegarem a lado nenhum. Aqui em concreto, e passando por cima das questões dos rótulos, os Atrorum até são uma banda interessante. Dificilmente será algo que conseguirá cativar por muito tempo ou que conseguirá viciar...

...pelo menos aos comuns dos mortais.

É um trabalho intrigante, um puzzle que leva muito tempo a montar e que mesmo se poder estar quase a acabar a tarefa, a imagem que se está a formar não nos diz nada. Poderá servir como um exercício de paciência (afinal ainda é mais de uma hora de música) e uma forma de dizer aos outros o quão evoluído se é por ouvir música altamente intricada e complexa. Ou então, existe um gosto genuíno por bandas como Carnival In Coal. Se é o caso, tem-se aqui uma viagem à maneira.


Nota: 6.5/10


Review por Fernando Ferreira