Na passada quarta-feira, dois grandes nomes do death metal norte-americano invadiram o Hard Club para um final de dia com muitas descargas de peso musical. Com uma casa pertíssimo de esgotar, a sala 2 pareceu demasiado pequena para a enormidade que foram esses espectáculos.
A abertura da noite ficou a cargo dos franceses Chabtan. Às 19h30 o jovem grupo francês subiu ao palco, ainda perante uma plateia muito despida. Com apenas um EP e um álbum no curriculo, “The Kiss Of Coatlicue” lançado este ano, estes não se deixaram desanimar, e entraram prontos a dar o seu melhor. Foi um esforço honesto por parte da banda, que embora tenha demonstrado muito potencial, não foi o suficiente para convencer os presentes. Um início muito morno.
Os Embryo vieram a seguir, e o seu som mais melódico acabou por atrair um maior número de curiosos. Com uma setlist que se focou em especial no seu mais recente álbum de originais, “Embryo”, lançado em Fevereiro deste ano, a banda demonstrou sentir-se à vontade em palco, apresentando uma prestação sólida. O público reagiu, e os primeiros índicios de headbang e mosh foram aparecendo no plateia, já um pouco mais composta. Um pequeno aquecimento para o ambiente de brutalidade que se avizinhava.
O concerto de Suffocation pode ser descrito com uma só palavra: demolidor! O regresso da banda aos palcos nacionais não poderia ter corrido da melhor forma. Desde que soaram os primeiros acordes até ao final, grande parte do espaço em frente ao palco transformou-se numa autêntica batalha campal. Com uma grande atitude e sempre a abrir, sem empatarem grande tempo com conversas, apenas para agradecerem aos presentes e incitarem a violência e o caos. Com apenas uma hora de concerto, estes percorreram os principais lançamentos da sua já longa carreira, dando especial ênfase ao seu primeiro álbum de originais, “Effigy Of The Forgotten”, do qual tocaram quatro músicas- as faixas “Effigy Of The Forgotten”, “Mass Obliteration”, “Liege Of Inveracity” e “Infecting The Crypts”, a faixa escolhida para fechar a sua actuação. Destaque ainda para a música “As Grace Descends”, que acabaram por tocar após ter sido pedida por alguém no meio do público.
Após 6 anos desde a última passagem pelo nosso país, os Nile voltaram com um novo álbum, “What Should Not Be Unearthed”, e em boa forma. O ambiente de festa que se fez sentir, foi a continuação do começado anteriormente. Estes entraram a rasgar, com a música “Sacrifice Unto Sebek” do seu já icónico álbum “Annihilation Of The Wicked”. Os ânimos na plateia continuavam em altas, e houve até um momento de crowdsurfing, parado pela banda, que pediu que não se voltasse a repetir, pois não queriam que ninguém se magoasse com isso. No entanto, apesar dessa pequena chamada de atenção, o resto do concerto decorreu sem grandes incidentes. Foi uma hora e quinze minutos (sensivelmente) de concerto, que soube a pouco. No entanto, a banda aproveitou-os ao máximo e presenteou-nos com uma autêntica descarga de brutalidade e death metal, tal como o sabem fazer. A setlist deu especial destaque ao mais recente álbum de originais destes, sem no entanto não esquecer alguma das suas músicas mais famosas, como “Ithyphallic”, “Kafir!” ou “Lashed To The Slave Stick”. Houve ainda tempo para uma dedicatória especial, na música “Call To Destruction”, a todos aqueles que saem de casa e vão ver concertos em vez de estarem na internet a mandar bitaites lamentáveis. No final, houve direito a uma pequena “invasão” de palco por parte de alguns membros de Suffocation, para participarem na música “Black Seeds Of Vengeance”. Foi uma grande noite de concertos, com um excelente ambiente e muita destruição a acompanhar.
Texto por Rita Limede
Fotografias por Emanuel Ferreira
Agradecimentos: Rocha Produções