Os Perihelion são húngaros e este "Zeng" é o seu segundo trabalho, um álbum que sem dúvida os fará chegar mais longe na sua carreira. A banda insere-se num tipo de metal que tanto tem tanto de pós-qualquer-coisa como daquele metal mais contemplativo e folk, sem ser propriamente festivo. A voz de Gyula Vasvári, que também se encarrega da guitarra) é limpa mas tem uma tonalidade agradável, mesmo quando se esforça (que é quase sempre) e a música tem um lado etéreo que é impossível de ignorar. Caso "Vég Se Hozza El" fosse instrumental, passaria muito bem como pós-rock instrumental.
Esta sensibilidade para as melodias e para os bons momentos acústicos faz com que este trabalho se torne refrescante a cada vez que o ouvimos. Claro que para alguns mais sensíveis, o facto de ser cantado totalmente em húngaro poderá ser uma barreira intrasponível - assim como que para quem apenas gostas de guturais ou outras técnicas de coisas mais extremas, talvez não consiga passar por cima da voz limpa - mas se a mente estiver aberta, temos aqui uma senhora viagem, onde por vezes os terrenos do black metal são brevemente pisados, como na "Felemészt A Tér".
Quando se fala em sensibilidade folk ou acústica, é impossível não pensarmos em nomes como Borknagar, embora o aspecto progressivo não seja aqui tão vincado. Se há algum defeito em "Zeng" é o facto da(s) música(s) não serem imediatas e exigirem algumas atentas audições, mas tendo em conta que estamos a falar de metal e não de música descartável, essa é uma questão que até é bem vinda. Um trabalho surpreendente e mais um nome europeu que surge (pelo menos agora há a expectativa de uma maior expansão) no panorama da música extrema sem ser propriamente... extremo.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
Esta sensibilidade para as melodias e para os bons momentos acústicos faz com que este trabalho se torne refrescante a cada vez que o ouvimos. Claro que para alguns mais sensíveis, o facto de ser cantado totalmente em húngaro poderá ser uma barreira intrasponível - assim como que para quem apenas gostas de guturais ou outras técnicas de coisas mais extremas, talvez não consiga passar por cima da voz limpa - mas se a mente estiver aberta, temos aqui uma senhora viagem, onde por vezes os terrenos do black metal são brevemente pisados, como na "Felemészt A Tér".
Quando se fala em sensibilidade folk ou acústica, é impossível não pensarmos em nomes como Borknagar, embora o aspecto progressivo não seja aqui tão vincado. Se há algum defeito em "Zeng" é o facto da(s) música(s) não serem imediatas e exigirem algumas atentas audições, mas tendo em conta que estamos a falar de metal e não de música descartável, essa é uma questão que até é bem vinda. Um trabalho surpreendente e mais um nome europeu que surge (pelo menos agora há a expectativa de uma maior expansão) no panorama da música extrema sem ser propriamente... extremo.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira