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Hills Have Eyes - "Antebellum" Review


Metalcore já levou muitas tareias nas páginas desta webzine. Não que tenhamos algo de pessoal contra o estilo ou as bandas que os praticam. Não de todo. A nossa questão é bem simples. È o sentir que o estilo já não é capaz de trazer nada de novo e que muitas das propostas que nos chegam - com excepções de excelente qualidade - não são mais que tentativas desesperadas de editoras e/ou bandas que se tenta manter relevantes comercialmente a todo o custo apresentando um produto (no verdadeiro sentido da palavra) de consumo rápido e com prazo muito limitado. Tirando isto do caminho só resta ainda esclarecer que o facto dos Hills Have Eyes serem uma banda nacional não influencia em nada a abordagem a este "Antebellum", o terceiro álbum da carreira da banda.

Na sua estrutura, este é um álbum de metalcore, que não existam enganos. Temos aqui todos os seus tiques, lugares comuns, clichês, o que lhe queiram chamar, está tudo cá. Tudo o que achamos de condenável milhares de vezes em álbuns anteriores está presente aqui. No entanto, a nossa apreciação global deste trabalho é bem diferente do que seria expectável. E porquê? Por uma questão simples, as músicas são realmente muito boas. Mesmo com características que já nos cansam os ouvidos, os refrões de cada uma destas músicas cola-se à cabeça e para quem pensa que é fácil fazer isso é porque também não percebe muito de música.

No entanto não é a questão de fazer apenas simples refrões que se colam na cabeça como pastilha elástica usada, é o facto de se ter verdadeiras músicas que soam realmente bem, e a que a direcção adoptada pela banda em relação ao passado é sem dúvida mais metal. Claro que quem tiver um preconceito bem profundo contra o estilo, não é este o trabalho que vai fazer mudar de ideias. Mas para quem tem a mente e os ouvidos um pouco mais abertos e aprecia melodias e peso na mesma equação, então "Antebellum" é sem dúvida um trabalho obrigatório conhecer, provavelmente o mais equilibrado e maduro da banda portuguesa.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira