Uma pessoa chega tarde do trabalho. Está exausto. O dia foi duro e o seu corpo ecoa os gritos do stress que foram gravados ao longo das últimas horas. Não lhe resta força para muito mais a não ser cambalear até ao sofá e deixar-se cair. O tempo perde o seu significado e a consciência perde-se no tempo. Ouve-se o groove de "The Call", o primeiro tema de "Thousand Sons", obra que nos chega por parte dos gregos Godsleep, e sem esforço a nossa alma sai do nosso corpo numa viagem astral que dura quase cinquenta minutos. Não interessa para onde se vai porque já não há mais racional, apenas espírito, já não há mais carne, já não há mais corpo, apenas emoção que nos chega de outros tempos.
A década de setenta continua a ser a fonte de inspiração para muitas bandas e a estreia dos Godsleep não é excepção, onde a banda junta um feeling quase psicadélico e hipnótico com o peso do stoner ou do heavy/doom clássico. Seja o que for, é algo que não interessa muito esmiuçar, até porque haverá álgo mais infrutífero do que esmiuçar sentimentos e dividi-los em palavras apenas para os tentar passar a terceiros que sentirão algo completamente diferente do que aquilo que o sentimento incial transmite?
A década de setenta continua a ser a fonte de inspiração para muitas bandas e a estreia dos Godsleep não é excepção, onde a banda junta um feeling quase psicadélico e hipnótico com o peso do stoner ou do heavy/doom clássico. Seja o que for, é algo que não interessa muito esmiuçar, até porque haverá álgo mais infrutífero do que esmiuçar sentimentos e dividi-los em palavras apenas para os tentar passar a terceiros que sentirão algo completamente diferente do que aquilo que o sentimento incial transmite?
Considerações fúteis aparte, o peso é uma constante aqui mesmo quando não existe distorção ou fuzz, mas seja como for com um som totalmente orgânico no que diz respeito aos intrumentos e com uma voz rouca como mandam as regras, os Godsleep podem estar aqui a fazer o que já foi feito milhões de vezes no passado e podem até ser confundidos como oportunistas a esta altura do campeonato pela aposta nesta sonoridade, mas como foi dito atrás, não é uma decisão racional ou calculista, é uma decisão de espírito e cada uma destas músicas tem tanto de espírito, tem tanto de verdadeiro que parece que estamos de volta à década de setenta, onde a inocência e o amor à música fazia discos assim.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira