O que é que temos quando se junta um pouco de ASG com um pouco de Thunderlip!? Wildlights. Esta recente contratação por parte da Season Of Mist tem aqui uma bela estreia discográfica. Os Wildlights são compostos por Jason Shi (dos ASG) na guitarra e voz e por John Collins (dos Thunderlip!) na bateria, e tal como muitos outros duos, a sua música é mais rica do que aqueli que se prevê à primeira. Base acente no rock sulista, stoner e até uma pitada de rock alternativo - as melodias vocais e a própria voz de Shi parece que chama por Jane's Addiction sem parar - o grande forte são as músicas que apresenta. Não são propriamente imediatas, nem será essa a ideia, mas vão crescendo audição após audição.
Carregados de fuzz, a banda consegue injectar e contagiar groove no ouvinte, num álbum variado e dinâmico com poucos momentos mortos. A forma como se inicia, com "Anchors" faz logo com que se fique surpreendido. Rock sujo mas ao mesmo tempo melódico, tem tudo para agradar aqueles que gostam de stoner, como para aqueles que apreciam o rock alternativo da década de noventa. No entanto, a maior surpresa é mesmo a forma como conseguem com que o som fique cheio. Afinal estamos a falar apenas de guitarra e bateria, e todavia, parece que temos duas guitarras, baixo e bateria. Claro que as maravilhas de gravar num estúdio permite que se tenha por vezes duas pistas de guitarras em simultâneo, algo que ao vivo não se consegue reproduzir a não ser com ajuda de um outro instrumentista ou de pistas pré-gravadas, mas de qualquer forma, não deixa de ser impressionante.
O som poderoso também se deve definitivamente a que "Wildlights" teve como produtor Matt Hyde (que já trabalhou com bandas como Fu Manchu, Monster Magnet ou Slayer), o que resulta num álbum com um som de qualidade superior. Épico - e quando falamos de épico, não é necessariamente pela faixa "Snow Song" que tem oito minutos de duração, e sim pelo sentimento que percorre todo o álbum que pega na melhor tradição de fazer rock norte-americana e que a junta a algo bem mais moderno - poderosamente viciante (aquela "Pictures" deve levar ao pecado da gula definitivamente. Depois de se provar não se consegue parar) e sobretudo, um álbum de estreia como já não se vê há muito tempo no rock. E sim, tem muito mais rock do que metal, mas para os apreciadores de metal que vieram do rock, não será difícil ficarem fascinados por esta estreia auto-intitulada.
Nota: 8.1/10
Review por Fernando Ferreira
Carregados de fuzz, a banda consegue injectar e contagiar groove no ouvinte, num álbum variado e dinâmico com poucos momentos mortos. A forma como se inicia, com "Anchors" faz logo com que se fique surpreendido. Rock sujo mas ao mesmo tempo melódico, tem tudo para agradar aqueles que gostam de stoner, como para aqueles que apreciam o rock alternativo da década de noventa. No entanto, a maior surpresa é mesmo a forma como conseguem com que o som fique cheio. Afinal estamos a falar apenas de guitarra e bateria, e todavia, parece que temos duas guitarras, baixo e bateria. Claro que as maravilhas de gravar num estúdio permite que se tenha por vezes duas pistas de guitarras em simultâneo, algo que ao vivo não se consegue reproduzir a não ser com ajuda de um outro instrumentista ou de pistas pré-gravadas, mas de qualquer forma, não deixa de ser impressionante.
O som poderoso também se deve definitivamente a que "Wildlights" teve como produtor Matt Hyde (que já trabalhou com bandas como Fu Manchu, Monster Magnet ou Slayer), o que resulta num álbum com um som de qualidade superior. Épico - e quando falamos de épico, não é necessariamente pela faixa "Snow Song" que tem oito minutos de duração, e sim pelo sentimento que percorre todo o álbum que pega na melhor tradição de fazer rock norte-americana e que a junta a algo bem mais moderno - poderosamente viciante (aquela "Pictures" deve levar ao pecado da gula definitivamente. Depois de se provar não se consegue parar) e sobretudo, um álbum de estreia como já não se vê há muito tempo no rock. E sim, tem muito mais rock do que metal, mas para os apreciadores de metal que vieram do rock, não será difícil ficarem fascinados por esta estreia auto-intitulada.
Nota: 8.1/10
Review por Fernando Ferreira