Se é refrescante ser-se confrontado com os novos talentos escandinavos que teimam em pisar novo território, também acaba por ser refrescante termos novas bandas a aperfeiçoar as raízes da música de ontem. Neste caso particular, os Orkan chegam ao segundo álbum depois de uma competente estreia em 2012. O estilo? Black metal épico com toques melódicos aqui e ali – mas sem entrar em grandes exageros. Com um épico de quase dez minutos a iniciar as hostilidades, na forma de “Fanden På Veggen”, fica-se logo ciente que o forte de “Livlaus” é mesmo o ambiente que consegue estabelecer. Poderá parecer estranho e até despropositado mas o nome Hawkwind veio bastante à mente durante esta primeira música.
Nem só de esoterismos místicoespaciais vive este trabalho, embora a sua aura esteja sempre presente, facilmente comprovado pela mais curta faixa do álbum, “Brende Bruer, Svart Metall”. No entanto é no miolo deste “Livlaus” que temos o ponto alto com uma sequência de três músicas que não é mais que o tema título dividido em três partes. Com um sentido de negritude e opressão muito próprias do género, as três músicas constituem um colosso de black metal desconfortável e feio. O que nos faz ter de pegar no termo melódico e dar a ressalva que as melodias aqui não são propriamente alegres e sim distorcidas e macabras. Também é graças a esta sequência que nos levamos a questionar o alinhamento. Será que as três não ficariam melhores a encerrar o álbum? Fica a questão no ar.
Não é que “Uforgjengeleg” e “Skodde” sejam maus temas, muito pelo contrário. Apenas não trazem a aura de encerrar de capítulo que um álbum precisa, não tendo a força necessária para tal. Ainda assim, e esquecendo esta questão do alinhamento, “Livlaus” é um grande álbum de black metal que está bem à altura de todas as raízes da segunda vaga do género que teve origem precisamente na Noruega. Poderá ainda ser melhor, caso se veja mais do brilhantismo apresentado com o início do álbum e menos do conformismo que o encerra. De qualquer das formas, bom trabalho.
Nota: 7.5/10
Review por Fernando Ferreira
Nem só de esoterismos místicoespaciais vive este trabalho, embora a sua aura esteja sempre presente, facilmente comprovado pela mais curta faixa do álbum, “Brende Bruer, Svart Metall”. No entanto é no miolo deste “Livlaus” que temos o ponto alto com uma sequência de três músicas que não é mais que o tema título dividido em três partes. Com um sentido de negritude e opressão muito próprias do género, as três músicas constituem um colosso de black metal desconfortável e feio. O que nos faz ter de pegar no termo melódico e dar a ressalva que as melodias aqui não são propriamente alegres e sim distorcidas e macabras. Também é graças a esta sequência que nos levamos a questionar o alinhamento. Será que as três não ficariam melhores a encerrar o álbum? Fica a questão no ar.
Não é que “Uforgjengeleg” e “Skodde” sejam maus temas, muito pelo contrário. Apenas não trazem a aura de encerrar de capítulo que um álbum precisa, não tendo a força necessária para tal. Ainda assim, e esquecendo esta questão do alinhamento, “Livlaus” é um grande álbum de black metal que está bem à altura de todas as raízes da segunda vaga do género que teve origem precisamente na Noruega. Poderá ainda ser melhor, caso se veja mais do brilhantismo apresentado com o início do álbum e menos do conformismo que o encerra. De qualquer das formas, bom trabalho.
Nota: 7.5/10
Review por Fernando Ferreira