Quando se é apanhado num turbilhão, é difícil de se ter noção de quando é que o mesmo começou. Assim é com esta febre retro, que nos é difícil de identificar a sua origem. O que podemos dizer, todavia, é que Kadavar é um dos nomes que associamos sem dúvida ao movimento. A coisa é simples, muito simples mesmo. Trata-se de hard rock cheio de fuzz, daquele que até se sente o óleo a escorrer de tão gordurento, e com um groove hipnótico ao qual não se consegue resistir. A banda chega ao terceiro álbum com uma reputação elevada e passa com distinção essa barreira. “Berlin” swinga e groova como tudo, onde nem as mudanças na formação tiveram influência.
O baixista Simon”Dragon” Bouteloup mostra-se adequado para seguir as pisadas de Philip Lippitz, tratando o groove por tu e as músicas também vão nesse sentido. Na verdade, nunca os Kadavar estiveram tão infecciosos e nunca o hard rock típico da década de setenta foi tão fácil de entrar, tão acessível. Isto poderá levar o leitor numa direcção errada e pensar que os Kadavar estão mais comerciais e de alguma forma se venderam ao grande Satanás e que agora escolheram a música de dança em vez do bom e velho hard rock. Nada mais errado. As músicas, essas, é que estão de tal forma feitas que entram à primeira. Sem espinhas. É possível apreciar que a banda mantem o seu lado clássico, aquelas raízes que são parte inseparável da sua identidade mas ao mesmo tempo consegue evoluir e aprimorar na sua fórmula.
Ou seja, é a melhor coisa que lançaram até hoje. Algo que uma banda como os Kadavar só se podem orgulhar, porque nunca tiveram um momento fraco na sua discografia, o que significa que “Berlin” é um novo marco na excelência. Se isto nos vai enjoar daqui a uns tempos, quando já não pudermos ouvir som retro de tão fartos que estamos, não sabemos. O que interessa é o agora, mesmo que o agora nos faça olhar para o melhor que ontem tem para nos oferecer. Temas como “Thousand Miles Away From Home”, “Stolen Dreams” e “See The World With Your Own Eyes” são comprovativos disso mesmo. Viciante.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira
O baixista Simon”Dragon” Bouteloup mostra-se adequado para seguir as pisadas de Philip Lippitz, tratando o groove por tu e as músicas também vão nesse sentido. Na verdade, nunca os Kadavar estiveram tão infecciosos e nunca o hard rock típico da década de setenta foi tão fácil de entrar, tão acessível. Isto poderá levar o leitor numa direcção errada e pensar que os Kadavar estão mais comerciais e de alguma forma se venderam ao grande Satanás e que agora escolheram a música de dança em vez do bom e velho hard rock. Nada mais errado. As músicas, essas, é que estão de tal forma feitas que entram à primeira. Sem espinhas. É possível apreciar que a banda mantem o seu lado clássico, aquelas raízes que são parte inseparável da sua identidade mas ao mesmo tempo consegue evoluir e aprimorar na sua fórmula.
Ou seja, é a melhor coisa que lançaram até hoje. Algo que uma banda como os Kadavar só se podem orgulhar, porque nunca tiveram um momento fraco na sua discografia, o que significa que “Berlin” é um novo marco na excelência. Se isto nos vai enjoar daqui a uns tempos, quando já não pudermos ouvir som retro de tão fartos que estamos, não sabemos. O que interessa é o agora, mesmo que o agora nos faça olhar para o melhor que ontem tem para nos oferecer. Temas como “Thousand Miles Away From Home”, “Stolen Dreams” e “See The World With Your Own Eyes” são comprovativos disso mesmo. Viciante.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira