A sétima edição do festival Vagos Open Air teve lugar nos passados dias 7, 8 e 9 de Agosto, na Quinta do Ega, no concelho de Vagos. Como já vai sendo habitual, o festival reuniu muita gente, que vai lá não só pelo cartaz, mas também pelo convivio e o ambiente que se faz sentir.
Os Scar For Life tiveram a tarefa de abrir esta edição do festival, entrando em palco às 16h, uma hora mais cedo que era suposto, visto ser necessário antecipar o início do festival devido a conflitos de horários de Within Temptation (cabeças de cartaz deste primeiro dia). No entanto, a actuação destes deixou um bocado a desejar. A qualidade do som não era a melhor, e a voz (e performance) medíocre do vocalista não ajudou muito, mesmo estando acompanhado por músicos de evidente qualidade. Um fraco começo do festival.
Os Moonshade vieram a seguir e os problemas de som mantiveram-se, mas a banda não se deixou afectar e demonstrou o quanto merecem estar em palcos maiores. Sempre mantendo uma postura humilde, o grupo deu um concerto interessante, e com alguns momentos de humor pelo meio quando apareceu um cartaz no público a dizer “Toca Xutos”, que atraiu ainda um grande número de curiosos. Estes revelaram uma música nova, “Leonor”, que irá figurar num próximo lançamento, e apresentaram o seu segundo EP “Dream | Oblivion”, lançado no final do ano passado.
Os Vildhjarta tiveram a sua estreia em território nacional, eles que são provenientes da Suécia, e têm um estilo mais técnico, que não foi do agrado de todos. O grupo contou com a participação de dois vocalistas, e teve muita atitude e pujança em palco. Os presentes, por sua vez, inicialmente não mostraram grande adesão, mas acabaram por haver alguns momentos de headbang e mosh. A setlist contou na sua maioria com temas do seu único álbum “Måsstaden”. No geral foi uma actuação que cumpriu com aquilo que seria esperado por parte do grupo.
O regresso dos Heaven Shall Burn a Portugal foi um dos momentos altos desta edição do festival. A banda deu um concerto completamente demolidor do início ao fim, apesar de ter tido alguns problemas com o material no aeroporto e excedeu por completo todas as expectativas. Com uma incrível entrega em palco, e até com um momento ternurento no qual tiveram a companhia em palco de uma criança, de 6 anos, que estava na plateia, o público respondeu da melhor maneira possível e os circle pits, mosh, crowdsurfing e headbang foram uma constante. Houve lugar ainda para as duas únicas walls of death do dia, uma na música “Voice Of The Voiceless”, e outra na “Endzeit”, já no encore. A setlist não deixou de fora alguns dos temas mais famosos da banda, além dos já mencionados, como “The Disease” ou “Trespassing the Shores of Your World”. Destaque ainda para a cover da música “Black Tears” dos Edge of Sanity.
Às 21h em ponto foi a vez dos Amorphis entrarem em palco. Estes já tinham estado no festival na edição do ano de 2010, sendo que desta vez voltaram com um concerto especial de comemoração do 20º aniversário do seu icónico álbum, “Tales From The Thousand Lakes”, que tocaram na íntegra durante a primeira parte do seu espetáculo. Destaque para as faixas “The Castway” e “Black Winter Day”, que tiveram a melhor recepção. Na segunda parte do concerto, a banda revisitou alguns dos seus temas mais old-school como “Better Unborn”, “My Kantele” e “Folk Of The North”, assim como a música “Vulgar Necrolatry”, uma cover de Abhorrence, que provocou o caos na plateia. Um concerto diferente de uma parte mais death metal da carreira da banda, que muitos não conheciam. Foi uma excelente prestação por parte da banda finlandesa, que conseguiu encantar muitos dos presentes e assim mostrar aos fãs mais recentes que a sua fase inicial é tão boa como a actual.
Os holandeses Within Temptation fecharam o primeiro dia. Com uma sonoridade e ambiente mais calmo e melódico, o grupo teve uma grande enchente, pois era para muitos o momento mais aguardado da noite. O concerto teve um toque algo teatral, onde a banda demonstrou uma fantástico espírito e presença em palco, tendo correspondido por completo a todas as expectativas. A setlist contou tanto com temas do mais recente álbum de originais destes, “Hydra”, lançado no ano passado, uma cover deliciosa da “Summertime Sadness” da artista Lana Del Rey, e algumas das suas músicas mais antigas e icónicas, que levaram alguns dos fãs ao rubro, como “Ice Queen”, tocada no encore, “Angel” e “Memories”. Foi um bom fechar da primeira noite de festival.
Texto por Rita Limede
Fotografias por Diana Fernandes
Agradecimentos: Prime Artists