Se este álbum dos Locrian fosse um quadro, seria uma pintura abstracta. Não há fronteiras aqui definidas, não há um fim e um início, mesmo com os segundos que intervalam em cada uma das faixas. É uma sensação que se prolonga ao longo de quase uma hora e que é de difícil definição. Como se o ouvinte estivesse num estado superior de consciência, longe das propriedades que o prendem a este plano de existência e pudesse olhar para tudo o que é e existe de um ponto de vista onde teria acesso ao presente, passado e futuro de uma só vez. Não há progressão de tempo e o espaço é apenas uma ilusão. É apenas a existência do agora e o agora significa tudo o que já foi, tudo que é e será.
Musicalmente definindo, “Infinite Dissolution” caminha entre o pós-rock, o pós-metal, o metal atmosférico, contemplativo, doom metal, space rock, rock psicadélico, black metal, metal progressivo e mais uma série de coisas que provavelmente foram olvidadas no processo de escrever esta longa descrição. São tudo pedaços, metades que mesmo combinadas nunca darão a completude do que se pode ouvir aqui. Bem sabemos que a linguagem é sempre interpretada de forma diferente de indivíduo para indivíduo, mas há aqui, claramente, cada um destes elementos presentes que vão surgindo de forma diferente em cada uma destas nove faixas.
Não poderemos comparar isto com o quer que seja, nem poderemos comparar sequer com a própria realidade, porque conforme vai avançando, e “Dark Shales” é um bom exemplo dessa progressão, o ouvinte vai-se deixando embrulhar e envolver, sem dar conta ou sem sequer se importar com esse facto, sobre uma teia de camadas sónicas que o vão maravilhando, acalmando, adormecendo e sobretudo despertando a novas realidades, provavelmente a realidades com as quais não esperaria visitar através de tal veículo. Se há algum exemplo de música transcendente e imortal, capaz de despertar um mundo de emoções e reflexões num ser humano, “Infinite Dissolution” é sem dúvida um dos primeiros a mencionar.
Nota: 9.5/10
Review por Fernando Ferreira
Musicalmente definindo, “Infinite Dissolution” caminha entre o pós-rock, o pós-metal, o metal atmosférico, contemplativo, doom metal, space rock, rock psicadélico, black metal, metal progressivo e mais uma série de coisas que provavelmente foram olvidadas no processo de escrever esta longa descrição. São tudo pedaços, metades que mesmo combinadas nunca darão a completude do que se pode ouvir aqui. Bem sabemos que a linguagem é sempre interpretada de forma diferente de indivíduo para indivíduo, mas há aqui, claramente, cada um destes elementos presentes que vão surgindo de forma diferente em cada uma destas nove faixas.
Não poderemos comparar isto com o quer que seja, nem poderemos comparar sequer com a própria realidade, porque conforme vai avançando, e “Dark Shales” é um bom exemplo dessa progressão, o ouvinte vai-se deixando embrulhar e envolver, sem dar conta ou sem sequer se importar com esse facto, sobre uma teia de camadas sónicas que o vão maravilhando, acalmando, adormecendo e sobretudo despertando a novas realidades, provavelmente a realidades com as quais não esperaria visitar através de tal veículo. Se há algum exemplo de música transcendente e imortal, capaz de despertar um mundo de emoções e reflexões num ser humano, “Infinite Dissolution” é sem dúvida um dos primeiros a mencionar.
Nota: 9.5/10
Review por Fernando Ferreira