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Hate Eternal - "Infernus" Review


Ao ouvir "Locust Swarm", o tema que inicia este "Infernus", fica-se com a certeza de que o título escolhido para o sexto álbum da banda norte-americana é totalmente apropriado. Fica-se com a certeza que assim que a bateria, baixo, guitarras começam a rasgar pano como se fossem uma tesoura tresloucada em fábrica de téxteis, all hell breaks loose. E realmente essa é uma expressão que acenta como uma luva aqui, dado os níveis absurdos de violência sónica a que o ouvinte experiencia. O que, os mais atentos já poderão estar a antecipar, poderá provocar logo à partida um problema. Esse problema é que para a potência destruidora ser verdadeiramente apreciada, tem que se experienciar algo que faça com que a mesma se realce. Esse é um problema que muitas boas bandas de death metal bruto ou técnico (ou ambos, como é o caso dos Hate Eternal) ocasionalmente caiem.

E sendo essa a questão que se coloca perante este "Infernus" - se este álbum se trata apenas de um festim de blastbeats, riffs de guitarra à velocidade da luz, com um baixo igualmente frenético a acompanhar - a resposta poderá não ser muito esclarecedora. Depende. Depende dos níveis de death metal brutal que se consegue aguentar. Depende do nível de gosto que se tem pelo estilo. E depende do quanto se aprecia da parte técnica. Começando por este último, quem for apreciador de bateria ficará com o queixo a raspar no chão durante algum tempo só de apreciar o trabalho de bateria do novato Chason Westmoreland. O rapaz não é humano, mas se for, é um cruzamento genético com um polvo. Claro que para se ter boa demonstração técnica, tem que se ter músicas que o justifiquem, e nesse ponto os Hate Eternal triunfam. Tudo surge bem conciso e de forma natural, sem haver nada forçado.

Pegando na questão da dinâmica, tem-se o tema título que é um colosso à boa e velha maneira dos Morbid Angel (era bom que os velhos mestres tomassem atenção a como se fazem as coisas, já que parece que já se esqueceram há já algum tempo) e que dá a lufada de ar fresco necessária para que se dê o devido valor a mais uma vaga de death metal bruto que surge sem piedade. Assim, podemos dizer que quem gosta de death metal e quem gosta dos Hate Eternal, terá aqui mais uma boa dose, pronta a ser servida. Por outro lado, para quem gosta do seu death metal em doses comedidas, achará, logo à segunda música, "The Stygian Deep", que isto é muito violento para si. Fará o que dirá quando chegar ao autêntico furacão que é "La Tempestad". Recomendado para todos os fãs de death metal brutal.


Nota: 8.9/10

Review por Fernando Ferreira