Existem fenómenos inexplicáveis e existem fenómenos inexplicáveis que são amados e outros que são odiados. Desde que uns Lordi ganharam o festival da Eurovisão que aprendemos que até no mundo do nosso bem amado som sagrado a imagem pode sobrepor-se à substância. Se os Lordi foram quase um sucesso por acidente - independentemente do mérito da sua música - os Ghost apresentam-se como um sucesso mais duradouro, tendo praticamente explodido desde o momento do seu primeiro álbum, "Opus Eponymous", lançado em 2010. Se a imagem sugere para algo mais próximo do black metal, a verdade é que a sua música pode ser classificada, de forma simplória e preguiçosa, como uma espécie de Beatles metal.
Com uma imagem e marketing apenas comparável com os Kiss ou Slipknot, os Ghost conseguem romper com o estigma do heavy metal, não por fugirem a ele - pelo menos não em termos de imagem - mas por o abraçarem completamente. Não serão um caso de sucesso esmagador mundial, mas definitivamente são uma das propostas mais procuradas dos últimos tempos. "Meliora" não demonstra nada que isso mude aqui. A banda sueca surge com o seu heavy metal muito peculiar e muito melódico, que é extremamente viciante. Para quem chegar aqui apenas agora, depois de todo o celeuma provocado, de certeza que vai perguntar-se, a si e aos que estão à sua volta: "Então, é apenas isto?" No entanto, a melodia de temas como "From The Pinnacle To The Pit" e "He Is" instala-se sem querer largar mais, assim como o cariz mais metálico de temas como "Cirice", "Mummy Dust" e "Absolution" são dos grandes destaques.
Do rock típico da década setenta até ao hard rock da década de oitenta, passando pelo heavy metal clássico e terminando naquele pop à la Beatles, "Meliora", tal como os outros dois trabalhos anteriores, é um trabalho infeccioso, fruto de uma fórmula que à partida tinha tudo para falhar mas que resulta e não será fruto de uma moda. O heavy metal pode ser melódico e ter uma forte imagem e mesmo assim ter substância. "Meliora" é mais do que um vocalista vestido de papa satânico que muda de nome todo o novo álbum. É um bom trabalho de heavy metal clássico que fará chegar até si muitos mais fãs do que aqueles que já tem. Tem qualidade para isso.
Nota: 8.5/10
Review por Fernando Ferreira
Com uma imagem e marketing apenas comparável com os Kiss ou Slipknot, os Ghost conseguem romper com o estigma do heavy metal, não por fugirem a ele - pelo menos não em termos de imagem - mas por o abraçarem completamente. Não serão um caso de sucesso esmagador mundial, mas definitivamente são uma das propostas mais procuradas dos últimos tempos. "Meliora" não demonstra nada que isso mude aqui. A banda sueca surge com o seu heavy metal muito peculiar e muito melódico, que é extremamente viciante. Para quem chegar aqui apenas agora, depois de todo o celeuma provocado, de certeza que vai perguntar-se, a si e aos que estão à sua volta: "Então, é apenas isto?" No entanto, a melodia de temas como "From The Pinnacle To The Pit" e "He Is" instala-se sem querer largar mais, assim como o cariz mais metálico de temas como "Cirice", "Mummy Dust" e "Absolution" são dos grandes destaques.
Do rock típico da década setenta até ao hard rock da década de oitenta, passando pelo heavy metal clássico e terminando naquele pop à la Beatles, "Meliora", tal como os outros dois trabalhos anteriores, é um trabalho infeccioso, fruto de uma fórmula que à partida tinha tudo para falhar mas que resulta e não será fruto de uma moda. O heavy metal pode ser melódico e ter uma forte imagem e mesmo assim ter substância. "Meliora" é mais do que um vocalista vestido de papa satânico que muda de nome todo o novo álbum. É um bom trabalho de heavy metal clássico que fará chegar até si muitos mais fãs do que aqueles que já tem. Tem qualidade para isso.
Nota: 8.5/10
Review por Fernando Ferreira
