Álbuns de covers. Para muitos trata-se de uma forma barata de angariar mais uns cobres sem ter o trabalho de apresentar novo material, e essa maneira de ver as coisas não é necessariamente errada. No entanto, é algo que tem sempre o seu interesse. Para já, dá-nos uma indicação das influências da banda que está a prestar tributo. Depois pode trazer-nos uma nova e refrescante abordagem sobre músicas clássicas. Por vezes podemos presenciar alguns assassinatos musicais, mas quando corre bem, é uma experiência que se quer ver repetida. No caso de bandas de metal extremo, a curiosidade também é pior, embora também a probabilidade de se espalharem ao comprido seja substancialmente superior.
No caso deste “Dark Memorials”, não podemos afirmar que a mítica banda de death metal holandês se espalhe ao comprido mas também não existe aqui nenhum desafio real, nenhum sair da zona de conforto. Os Sinister jogam em casa com uma série de bandas que mesmo que não as indiquem como influências, farão parte dos gostos daqueles que são fãs da sua música. Assim sendo, e depois de uma boa intro (“The Malicious”) que faz a ligação inteligente com o que vem de seguida, temos a clássica “Beneath The Remains”, o primeiro de muitos pesos pesados aqui contidos. “Exhume To Consume” dos Carcass, “Unleashed Upon Mankind” dos Bolt Thrower, “Master Killer” dos Merauder, “Beyond The Unholy Grave” dos Death, “Under The Guillotine” dos Kreator, “Ridden With Disease” dos Autopsy, “Necrophiliac” dos Slayer, “Radiation Sickness” dos Repulsion e “Blasphemies Of The Flesh” dos Carnage. Uma lista e tanto.
Com tais nomes tão ilustres, seria de esperar que teríamos aqui um grande álbum de covers do ponto vista da música extrema, mas a verdade é que isso não se verifica, não pelo menos de forma tão imediata. Se por um lado, este álbuns surge-nos bem uniformizado, sem grandes diferenças de faixa para faixa, por outro lado, torna-se banal e com muitas poucas dinâmicas. É um álbum de covers, deveria estar cheio de dinâmicas, mais que não seja na produção. Mesmo sendo de death metal. Em vez disso, parece que temos variações da mesma música. O que se torna aborrecido. Poderíamos ter aqui um grande álbum de covers e no final, o que fica é algo que não será de todo memorável.
Ainda assim, clássicos são clássicos e é como o frango, mesmo que seja feito todo da mesma forma, pelo menos até matar a fome servirá. Além das faixas citadas agtrás, temos duas regravações de temas da banda que curiosamente surgem com um som bem mais poderoso que tudo o que está para trás. Se tivesse tudo com este som… as coisas seriam sem dúvida melhores. Ainda como bónus na edição especial, temos um DVD ao vivo, intitulado de “Australian Darkness”, um road movie acerca da digressão australiana de 2014. Como é costume, não nos podemos pronunciar acerca desta parte. Como comemoração do vigésimo quinto aniversário da banda, poderia estar bem melhor. Não só os fãs mas como a própria banda merecia uma melhor prenda.
Nota: 6.5/10
Review por Fernando Ferreira