O death metal técnico começou por ter um problema grave anos atrás: era intragável. O que começou por ter obras primas lançadas por bandas como Death, Pestilence, Atheist e Cynic, rapidamente se tornou uma corrida desenfreada para ver quem tocava mais notas em menos tempo e quem usava mais estruturas de músicas que não lembravam ao diabo e que pareciam que tinham sido construídas com régua, compasso e esquadro, apoiando-se em regras muito específicas de geometria avançada. Ora isso é algo que por si só destrói toda e qualquer espontaneidade que a música precisa de ter para que seja cativante.
Felizmente, recentemente têm aparecido uma série de bandas que não descuram a parte técnica mas incluem na sua música ganchos suficientes para que a sua música seja bem mais memorável. É nesse grupo onde se incluem os Rivers Of Nihil que com este “Monarchy” chegam ao segundo álbum de originais. A intro “Heirless” coloca o ambiente no sítio correcto, com as suas melodias macabroapocalípticas. “Perpetual Growth Machine” prova que além de termos as melodias, termos toda a técnica e brutalidade, também temos um conceito lírico de se lhe tirar o chapéu.
Por vezes pode-se sentir que se abusa um pouco do “chugga chugga” – um dos malefícios do deathcore que de vez em quando contagia algumas bandas de death metal técnico” – mas essa sensação é, felizmente, muito passageira. De resto temos composições intricadas, com riffs complexos e excelentes solos que são suportados por uma secção rítmica inabalável, e isto tudo comandado por uma voz cavernosa bem imponente – aquela “Sand Baptism” pega-se à tola como se não houvesse amanhã. Depois de pegarmos numa música como o tema título, esta eficácia é ainda elevada a patamares nunca antes atingidos, pelo menos pelos Rivers Of Nihil.Se existe uma faixa que parte tudo e evidencia essa excelência, ela é a instrumental “Terrestria II Thrive”, sublime.
Apesar da impressão deixada com o álbum de estreia ter sido bem positiva, houve muitos que se queixaram de que ainda estava longe da perfeição. Esse potencial reconhecido manifesta-se aqui em “Monarchy” em todo o seu esplendor. Não é dizer que se trata de um álbum perfeito, até porque tal afirmação será sempre muito subjectiva, mas o que é certo, é que a banda atinge os níveis de mestria anunciados e até desejados para todos os que vaticinaram o enorme potencial que realmente provaram ter. Um álbum daqueles para guardar e emoldurar.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira
Felizmente, recentemente têm aparecido uma série de bandas que não descuram a parte técnica mas incluem na sua música ganchos suficientes para que a sua música seja bem mais memorável. É nesse grupo onde se incluem os Rivers Of Nihil que com este “Monarchy” chegam ao segundo álbum de originais. A intro “Heirless” coloca o ambiente no sítio correcto, com as suas melodias macabroapocalípticas. “Perpetual Growth Machine” prova que além de termos as melodias, termos toda a técnica e brutalidade, também temos um conceito lírico de se lhe tirar o chapéu.
Por vezes pode-se sentir que se abusa um pouco do “chugga chugga” – um dos malefícios do deathcore que de vez em quando contagia algumas bandas de death metal técnico” – mas essa sensação é, felizmente, muito passageira. De resto temos composições intricadas, com riffs complexos e excelentes solos que são suportados por uma secção rítmica inabalável, e isto tudo comandado por uma voz cavernosa bem imponente – aquela “Sand Baptism” pega-se à tola como se não houvesse amanhã. Depois de pegarmos numa música como o tema título, esta eficácia é ainda elevada a patamares nunca antes atingidos, pelo menos pelos Rivers Of Nihil.Se existe uma faixa que parte tudo e evidencia essa excelência, ela é a instrumental “Terrestria II Thrive”, sublime.
Apesar da impressão deixada com o álbum de estreia ter sido bem positiva, houve muitos que se queixaram de que ainda estava longe da perfeição. Esse potencial reconhecido manifesta-se aqui em “Monarchy” em todo o seu esplendor. Não é dizer que se trata de um álbum perfeito, até porque tal afirmação será sempre muito subjectiva, mas o que é certo, é que a banda atinge os níveis de mestria anunciados e até desejados para todos os que vaticinaram o enorme potencial que realmente provaram ter. Um álbum daqueles para guardar e emoldurar.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira