É comum encontrarmos duos no mundo da música extrema mas no reino do rock progressivo já é algo mais raro. E assim, é apenas mais uma forma dos noruegueses Ossicles se destacarem de todos os outros. Com um álbum novo prestes a sair, a editora achou por bem reeditar este “Mantelpiece”, editado originalmente em 2012, e que praticamente passou despercebido, assim como a própria existência da banda. Despercebido do comum mortal, enfiado na sua vidinha, a correr de um lado para o outro como se estivesse confinado a uma roda de hamster, mas chamando a atenção de Steven Wilson (senhor que se pode reconhecer aqui como influência, seja no seu trabalho a solo seja como nos Porcupine Tree) e de Mike Portnoy, que os convidou para o cruzeiro Progressive Nation.
Este álbum, de estreia, é um monumental trabalho de rock progressivo com diversas influências que vão desde jazz até à música electrónica e esse é um dos seus pontos fortes. Um dos pontos fracos é a duração que faz com que a certa altura se torne algo enfadonho. No entanto, o alinhamento está construído de forma inteligente, já que deixa para o final a música com quase trinta minutos de duração (“Silky Elm”), que é sem dúvida um desafio para os mais impacientes. Não tenhamos dúvidas, apesar das diversas influências, na sua estrutura e no seu espírito, este é um álbum de puro rock progressivo, por isso quem não apreciar o género, dificilmente conseguirá apreciar “Mantelpiece” em todo o seu esplendor. Ponto.
Posto isto, há muita riqueza em qualidade a apreciar aqui, e um sem número de influências que vão saltando, além dos já referidos Porcupine Tree. De Genesis a Riverside, é uma viagem pelo mundo progressivo que qualquer fã não ficará indiferente. Não é um álbum fácil de absorver – isto independentemente da duração das suas músicas – mas sem dúvida que é um álbum que vai crescendo aos poucos e a cada audição. Flui como se uma peça única se tratasse e cada capítulo tem, a cada nova audição, novos segredos a revelar. Não é, contudo, um trabalho perfeito e poderá sofrer de algum entusiasmo a mais, fruto da ingenuidade de qualquer trabalho de estreia. Mesmo assim, é superior a muita coisa feita por veteranos. O que eleva a fasquia para o novo álbum previsto sair ainda este ano.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
Este álbum, de estreia, é um monumental trabalho de rock progressivo com diversas influências que vão desde jazz até à música electrónica e esse é um dos seus pontos fortes. Um dos pontos fracos é a duração que faz com que a certa altura se torne algo enfadonho. No entanto, o alinhamento está construído de forma inteligente, já que deixa para o final a música com quase trinta minutos de duração (“Silky Elm”), que é sem dúvida um desafio para os mais impacientes. Não tenhamos dúvidas, apesar das diversas influências, na sua estrutura e no seu espírito, este é um álbum de puro rock progressivo, por isso quem não apreciar o género, dificilmente conseguirá apreciar “Mantelpiece” em todo o seu esplendor. Ponto.
Posto isto, há muita riqueza em qualidade a apreciar aqui, e um sem número de influências que vão saltando, além dos já referidos Porcupine Tree. De Genesis a Riverside, é uma viagem pelo mundo progressivo que qualquer fã não ficará indiferente. Não é um álbum fácil de absorver – isto independentemente da duração das suas músicas – mas sem dúvida que é um álbum que vai crescendo aos poucos e a cada audição. Flui como se uma peça única se tratasse e cada capítulo tem, a cada nova audição, novos segredos a revelar. Não é, contudo, um trabalho perfeito e poderá sofrer de algum entusiasmo a mais, fruto da ingenuidade de qualquer trabalho de estreia. Mesmo assim, é superior a muita coisa feita por veteranos. O que eleva a fasquia para o novo álbum previsto sair ainda este ano.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira