Tendo em conta "Ascending to Infinity" e "Dark Wings of Steel", os últimos lançamentos tanto de Luca Turilli’s Rhapsody e Rhapsody of Fire respetivamente, parece que o belo do Luca ficou um pouco à frente no que à qualidade dos lançamentos diz respeito. E se é verdade que com o disco anterior eram pouco visíveis as razões que levaram tal separação, "Prometheus" parece desvendar um pouco mais o véu que levou a uma das mais épicas ruturas no mundo do metal melódico.
Para já, em termos de pomposidade e orquestrações, "Prometheus" está um claro nível acima dos discos anteriores, por mais difícil que seja de acreditar. Aliás a atenção dispensada a esta parte da composição foi tal, que quase que se esqueceram das guitarras. Elas estão lá, mas sobrepostas a camadas e camadas de sinfoniquices, sendo apenas totalmente audíveis aquando das típicas escalas do músico transalpino. Destaque também para a inclusão, a espaços, de elementos mais ligados à dark wave, que embora possam não ser do agrado de toda a gente, acabam por fazer algum sentido, fazendo um contraste agradável com as partes bombásticas.
"Prometheus" é também mais complexo que tudo aquilo que Luca já nos tinha dado a conhecer até agora. Talvez não chegue ao ponto de merecer o rótulo de progressivo, mas de facto é preciso bem mais do que meia dúzia de audições deste disco para finalmente se perceber a qualidade do mesmo, e a quantidade de excelentes pormenores que comporta. Ou seja, isto será porventura o mais próximo que Luca Turilli já esteve de compor uma sinfonia clássica. Um tema como "Notturno" por exemplo chega a soar como se de uma ópera se tratasse, graças ao dueto entre o vocalista Alessandro Conti e a soprando convidada. E quando ouvimos a intensidade orquestral de "Anahata" ou "One Ring to Rule Them All" chegamos à conclusão de que poucos estarão ao nível de Luca neste espectro, com as coisas a atingem proporções ainda mais grandiosas no épico de 18 minutos "Of Michael the Archangel and Lucifer's Fall Part II: Codex Nemesis", que merece todo o tempo que possam dispensar a sua escuta.
"Prometheus" é sem dúvida o mais ambicioso disco feito por Luca Turilli, se será o melhor só o tempo o irá provar, pelo menos a sua complexidade mostra que tem argumentos para lhe conseguir resistir. Com isto fica pouco credível que Alex Starpoli e companhia consigam ombrear com esta proposta, e assim manter acesa a luta para melhor Rhapsody, veremos.
Review por António Salazar Antunes