Não sei se já seria do vosso conhecimento a existência dos suecos Harmony, mas se não era têm uma razão extra para se aventurarem à descoberta do seu terceiro disco de originais "Theatre of Redemption". E a razão não é nem mais nem menos do que a aparição de Daniel Heiman como vocalista principal convidado, caso que já se tinha passado no disco anterior. Ou seja, para quem suspira por um novo disco de Lost Horizon, e não se empolgou em especial com a experiência meio hardcore que foi "Heed", tem aqui uma boa oportunidade para ouvir de novo a voz do sueco, num campo mais próximo do power metal europeu.
Que no fundo é mesmo isso que são os Harmony, por mais vontade que tenha a banda/editora de adicionar o rotulo de progressivo, este manifesta-se de forma muito pouco convincente, quanto muito se poderá dizer que a banda de facto emprega algumas características mais rockeiras no seu som, por vezes mais evidentes como são os casos de "Bloodbound" ou "What If". De certa forma há algo em Harmony que nos remete para os italianos Vision Divine e até mesmo Labyrinth, ou seja bandas de power metal que conseguem passar um pouco ao lado dos clichés habituais sem terem que recorrer a riffs thrashados para tal.
Por vezes chegam mesmo a adicionar alguns elementos mais orquestrais, como pequenas passagens de violinos e violoncelos (faixa titulo é disso excelente exemplo) mais num sentido atmosférico, o que dá a essas composições um certo charme. Só que todos estes predicados não são suficientes para fazer de "Theatre of Redemption" mais do que uma escuta agradável. Os músicos são bons, voz é o que se sabe, e ao longo do disco há bons riffs, solos e linhas melódicas, mas falta ainda algum impacto a esta banda, nem que seja para se diferenciar dos nomes acima mencionados.
Talvez um próximo disco traga algo de mais empolgante, de qualquer forma totalmente recomendável a fãs do género.
Nota: 7.3/10
Review por António Salazar Antunes
