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Enforcer - "From Beyond" Review



Os Enforcer já passaram há muito tempo do estatuto de revelação e promessa a certeza absoluta de boa música. A prova disso é o seu quarto álbum, este “From Beyond” que consegue continuar a sua senda pela recaptura dos sons de outrora. É um dos poucos casos em que temos uma banda como se assume como retro mas o seu som soa bem fresco, talvez por nos fazer recuar até aos anos oitenta e acrescentar o conhecimento que se tem hoje. Um update, chamemos-lhe assim. É como se tivéssemos a sensibilidade melódica de uns Scorpions, juntos com a emergência do metal dos Metallica no “Kill’em All”, sem esquecer as harmonias dos Iron Maiden nos seus primórdios.

E podíamos ficar aqui até 2020 a fazer comparações mais ou menos estapafúrdias.

Há mais na música dos Enforcer que relembrar a glória de tempos idos. Mais do que usar e abusar dos clichés (que não são mais que gatilhos nas mentes daqueles que sofrem de nostalgite aguda) com um determinado fim, há aqui verdadeiras canções. Fica mais que provado que a música pesada pode ser mais do que a simples soma de bons riffs (como o de “Destroyer”), excelentes solos (como o de “Below The Slumber”) e bons refrões (como o de “The Banshee”) ou ainda pormenores de classe (como as melodias neo-clássicas no solo de “Undying Evil”) sem esquecer a faixa instrumental “Hungry They Will Come”. Cada música tem o seu encanto próprio e é viciante por motivos diferentes, mas não se limita a isso. O álbum no seu conjunto soa bastante coeso, à semelhança dos anteriores.

É de assinalar a forma como a banda apenas com algumas mudanças aqui e ali na sua sonoridade, se mantem fiel a si mesma e mesmo assim soa fresca, tal como as primeiras vezes em que se começou a ouvir heavy metal. A sede de querer conhecer mais e de ficar absolutamente fascinado (hipnotizado). Uma banda conseguir este sentimento numa era em que já vimos e ouvimos tudo é fantástico. Ainda mais fantástico é essa mesma banda estar já no seu quarto trabalho. “From Beyond” poderá não ser o melhor trabalho da banda – apenas o tempo dirá se está ao nível de “Diamonds” – mas a sua qualidade é inegável.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira