A quantidade gritante de bandas que praticam o que podemos considerar death metal retro é tal que quase que se pode dividir os grupos musicais de Death Metal naqueles que tencionam manter a sonoridade mais primitiva viva e todos os restantes de outro lado. É uma imagem bastante minimalista para um sub-género tão diverso e marcante, mas quantas vezes já se ficou surpreso durante os últimos dois/três anos por se descobrir uma banda de metal que, independentemente da qualidade, não tentam ser old school?
No que diz respeito aos norte-americanos Ectovoid podemos esperar death metal bruto e de uma ambiência sinistra muito na onda de uns Incantation no início de carreira, onde riffs densos e sufocantes oscilam entre outros mais selvagens, captando na perfeição não apenas aquela vibe dos primórdios dos anos 90 como também uma atmosfera negra como breu. Este é o ponto forte daquele que é o segundo álbum dos Ectovoid, que segue os mesmos parâmetros do seu disco de estreia de 2012 “ Fractured In The Timeless Abyss”;que também acaba por ser a sua maior fraqueza. Os temas em si não estão mal construídos, apesar de nenhum deles poder chegar aos calcanhares de álbuns semelhantes de onde os Ectovoid bebem inspiração como o clássico de Immolation “Dawn Of Possession” ou o “ Mortal Throne Of Nazerene” dos já referidos Incantation; o grande problema deste “Dark Abstraction” é que enquanto o ouvinte é bem capaz de passar um bom momento ao ouvir “Mental Netherworlds” ou “Obscure Altars” quando se chega às faixas mais perto do final como “A Prisoner Of Paradox” já o ouvinte se abstraiu do disco devido à falta de diversidade presente nas canções, acabando por tornar a audição monótona.
“Dark Abstraction” é uma queda violenta numa cripta velha e bafienta mas a banda parece determinada em querer repetir ao ouvinte a queda na mesma cripta e isso é bem capaz d fazer com que este álbum acabe por ser descartado por muitos.
Nota: 6.8/10
Review por Tiago Neves
