Noite de estreias no Stairway Club, em Cascais, já que contávamos com a presença dos norte-americanos The Midnight Ghost Train e dos portugueses Fortune Teller para uma noite de ritmos pesados.
Os Fortune Teller, a jogarem em casa, não queriam deixar o seu crédito por mãos alheias e deram tudo naquela que foi a sua primeira aparição em palco. Esta banda de metalcore trazia na bagagem o seu primeiro e único trabalho, intitulado "Milestone", lançado em Maio passado, e fez questão de o apresentar com toda a sua pujança. Os destaques vão para temas como "I, The Silent", "Farewell" - dedicado a um amigo falecido e principalmente àqueles de que gostamos - e "Creation Of Self", tema poderoso e ao mesmo tempo acelerado com que a banda terminou a sua actuação, arrancando muitas palmas dos poucos que se deslocaram até ao Stairway Club. Este grupo bastante jovem de Cascais foi, de facto, uma agradável surpresa, uma vez que mostrou um desempenho coeso e esperamos, tal como o vocalista Daniel Maya referiu no início do concerto, que seja um projecto para continuar.
Directamente dos Estados Unidos, tínhamos mais uma estreia, desta feita em solo nacional. Os The Midnight Ghost Train, de passagem pela Europa, e com duas datas em Portugal, trouxeram o seu blues musculado para abanar as fundações da cave mais famosa de Cascais. Este trio da cidade de Topeka, no estado do Kansas, trouxe-nos o seu "Cold Was The Ground", terceiro disco lançado no princípio do ano, que acabou por ser um excelente cartão de visita e um grande tributo ao stoner rock. Liderada pela cavernosa voz sulista de Steve Moss, a banda conseguiu pregar a sua palavra e contagiar os presentes com os seus ritmos enérgicos provenientes também da bateria de Brandon Burghart e do baixo de Mike Boyne. Para isso contaram muito músicas como as conhecidas "Gladstone", "BC Trucker", ou "Twin Souls". Depois de várias ovações, tímidos circle-pits praticados pelos miúdos dos Fortune Teller, e alguns agradecimentos, a banda despediu-se subitamente com o último tema do seu último álbum, ou seja, "Mantis".
Numa noite que pecou por ter pouco público - talvez se tenha devido a isso o facto da actuação dos The Midnight Ghost Train não ter chegado a uma hora de duração - a banda não se limitou por isso, antes pelo contrário, já que deu um concerto sólido, cheio de energia. Exemplo disso, foi o seu desempenho sem pausas e sem máculas. Resumidamente, uma locomotiva frenética que dá gosto em ver passar.
Texto por Bruno Porta Nova
Agradecimentos: Carc Produções & Goodlife HQ