Podemos gostar muito de mudanças e inovações e de lufadas de ar fresco nas ventas para nos tirar da apatia, quer na vida em geral ou na música pesada em particular, mas existem duas coisas que vamos apreciar sempre: death metal sueco e one man bands. Não quer dizer que estas sejam fórmulas imbatíveis para o sucesso, até porque existe muito death metal sueco mau e one man bands que não deveriam ter saído da mente do senhor que as idealizou. No entanto, em regra geral, são duas coisas distintas de fazer música extrema que por norma atinge bons resultados.
No caso dos Mortis Mutilati, temos o segundo caso, uma one man band francesa que com este “Mélopée Funèbre” chega ao terceiro álbum e ao contrário do que se espera deste tipo de coisas, o som é bem limpo (para algo black metal underground claro) e as melodias do tema título que abre o álbum (e que funciona como uma espécie de intro) fazem antever que a evolução ou transformação sonora da banda não vai parar por aqui. No entanto, não se pense que o lado acústico do tema título representa o que se pode ouvir no trabalho, até porque “Vénus Anadyomène” carrega na distorção e na bateria com pedal duplo, embora o ritmo não seja necessariamente uptempo. Na verdade, não é só a produção que mostra que a banda está mais acessível. A composição não descarta a melodia e uma certa melancolia que dão valor acrescido a este projecto.
Apesar do som ser muito bom, só há algo a assinalar em relação à mistura que é o facto da voz vir muito baixa na mistura, misturando-se por completo com o instrumental, mas a música não se ressente com isso, acabando o som resultando das vocalizações funcionar como mais uma pista sonora que acrescenta mais um elemento ao conjunto. Melodia, intensidade e melancolia são três das principais características deste trabalho e que vão fazer com que se destaquem nos lançamentos de black metal atmosférico e depressivo. Quem disse que a evolução é algo que faz mal ao black metal?
Nota: 8.8/10
Review por Fernando Ferreira
No caso dos Mortis Mutilati, temos o segundo caso, uma one man band francesa que com este “Mélopée Funèbre” chega ao terceiro álbum e ao contrário do que se espera deste tipo de coisas, o som é bem limpo (para algo black metal underground claro) e as melodias do tema título que abre o álbum (e que funciona como uma espécie de intro) fazem antever que a evolução ou transformação sonora da banda não vai parar por aqui. No entanto, não se pense que o lado acústico do tema título representa o que se pode ouvir no trabalho, até porque “Vénus Anadyomène” carrega na distorção e na bateria com pedal duplo, embora o ritmo não seja necessariamente uptempo. Na verdade, não é só a produção que mostra que a banda está mais acessível. A composição não descarta a melodia e uma certa melancolia que dão valor acrescido a este projecto.
Apesar do som ser muito bom, só há algo a assinalar em relação à mistura que é o facto da voz vir muito baixa na mistura, misturando-se por completo com o instrumental, mas a música não se ressente com isso, acabando o som resultando das vocalizações funcionar como mais uma pista sonora que acrescenta mais um elemento ao conjunto. Melodia, intensidade e melancolia são três das principais características deste trabalho e que vão fazer com que se destaquem nos lançamentos de black metal atmosférico e depressivo. Quem disse que a evolução é algo que faz mal ao black metal?
Nota: 8.8/10
Review por Fernando Ferreira
