Depois de um trabalho mais progressivo e misterioso, “Luciferian Frequencies”, os Corpus Christii regressam em 2015 às suas origens mais cruas e primitivas através do mais recente “Pale Moon”. Esta transição retrata, muito bem, a experiência que a banda tem acumulado ao longo dos últimos anos, bem como a certeza que tem demonstrado na definição do seu caminho musical.
Isto é Black Metal, por isso não esperem grandes novidades a este nível, porém sobressai, deste novo trabalho, uma coesão e uma maturidade maior ao nível da composição. A mística tenebrosa e sombria conferida pelos 10 temas que compõem este álbum demonstra mais sensibilidade e, como tal, toca-nos de forma mais próxima, sem mantos, nem mistérios, esta abordagem mais directa de “Pale Moon” devora-nos, a cada segundo, num abismo infinito e sem retorno. Com uma produção intocável, a melodia que envolve esta aura de magia, sofrimento, raiva e veneração traz-nos uma sensação gelada e pálida quando a esta juntamos a voz de Nocturnos Horrendus, cuja capacidade de criar o seu próprio espaço instrumental tem que ser salientada.
São muitos os temas que se destacam, nomeadamente “Under the Beastcraft”, “The Great Death”, “The Eternal Bliss”, “The Last Eclipse” e podíamos continuar seguramente pois haveria mais bons exemplos a dar. Porém, deverá haver margem para a exploração e descoberta de todos os que gostam da banda ou para aqueles que a acabaram de descobrir. Em ambos os casos, deverá ficar registado que estamos perante um álbum de raízes profundas e fortes, mas, ao mesmo tempo, bem enquadrado com o que de melhor vai sendo feito por este mundo fora.
Nota: 8.1/10
Review por Pedro Pedra