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Atheist - "Unquestionable Presence" Review



O segundo álbum da banda norte-americana Atheist é um clássico imortal e poderiamos ficar por aqui e iamos todos para casa em paz. E bastaria, porque "Unquestionable Presence" não tem nada a provar mesmo que tenha demorado até atingir o seu estatuto (completamente merecido) de culto. Com uma capacidade técnica de fazer inveja, foi a primeira banda a fazer death metal ultra-absurdamente técnico e a mesmo assim conservar uma costela bem metálica. Claro que os Death e os Cynic não devem ser esquecidos, mas se os primeiros eram bem mais pesados, os segundos eram mais focados nas estruturas jazz. No entanto, quando este álbum foi lançado em 1991, sem dúvida que os Atheist estavam à frente do seu tempo, tal como aconteceu com a sua estreia, sendo uma das razões pelas quais o sucesso nunca foi esmagador.

Aqui encontramos a banda em topo de forma e na fusão perfeita entre técnica, melodia, peso e a mistura perfeita entre jazz, death/thrash metal e metal progressivo quando o termo na altura era praticamente inexistente, principalmente no reino do extremo. Assim sendo, esta reedição a cargo da Season Of Mist (que anteriormente já tinha reeditado o álbum em vinil) assume-se essencial, mesmo que não trouxesse extras, que traz. às oito músicas originais, juntam-se mais oito e ainda um DVD com espectáculos gravados ao vivo nunca antes lançados, filmagens de ensaios, uma entrevista e um video das gravações de bateria. Como não temos acesso à parte visual, as usual, vamos nos focar no áudio que já é (muito) bom.

Temos as músicas demo de pré-produção para o álbum ("Enthralled In Essence", "The Formative Years", o tema título, "An Incarnation's Dream" e as versões instrumentais de "Retribution" e "Brains"), a versão da demo de 1990 da "Enthraslled In Essence", a "Mother Man" apenas com bateria e baixo e a "And The Psychic Saw" com todas as faixas de ritmo. A qualidade poderá não ser tão boa como as do álbum, mas mesmo assim, para pré-produções e demos com mais de vinte anos atrás, envergonhariam muitos trabalhos profissionais que por aí andam. Resumindo e dizendo o óbvio, para qualquer interessado nesta coisa de metal, e mesmo que não aprecie particularmente coisas mais extremas, esta reedição é uma oportunidade de ouro que não deve ser desperdiçada.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira