Regressados ao Porto, na primeira de duas datas nacionais, os gémeos Kinsella vieram tocar velhos temas, mas também experimentar em palco muitos inéditos que só irão ser disponibilizados em Junho, através do novo disco: Helios/Erebus.
Sobre o post-rock do grupo já não haverá muito a dizer, quase sempre instrumental, por vezes com vozes que entoam sons: “We don’t have any word on our songs”, dizia Torsten, antes de avançar para “Fire Flies and Empty Skies” já quase a encerrar a atuação. As novidades nesta passagem por Portugal, passaram pelos temas novos que ocuparam quase um terço do concerto, a ausência das já conhecidas projecções, agora substituídas por um bom jogo de luz e pelo irrequieto Jamie Dean, que construía uma atmosfera mais pesada sempre que pegava na guitarra e abandonava as teclas.
Se o arranque foi normal, com temas conhecidos como “The End of the Beginning”, a entrada, bem cedo, de um novo tema – “Vetus Memoria” – levantou as expectativas e em "Worlds in Collision", Jamie saltava para o fosso com a guitarra, fazendo o solo mais perto do público. Seguiram-se mais dois temas e chegava uma das faixas mais longas da noite: “Helios/Erebus”. A este novo tema, os irlandeses juntaram outro, “Centralia” e desta vez, de forma acrobática, Jamie, num salto, ultrapassou grades e aterrou no meio do público onde terminou o tema a tocar a guitarra. Post rock? Rock mesmo!!
Bem humorados, num concerto que disseram ser o melhor da tour – dizem sempre isso, não é? – os quatro músicos permaneceram em palco, afirmando não querer fingir o encore e assim a concluíram a quase hora e meia de música, nesta noite portuense. Para tal, usaram mais um inédito, “Agneya”, e o velho clássico “Suicide by Star”. Fecharam assim, uma actuação em que diversas vezes excederam as expectativas e onde arriscaram quatro faixas inéditas. De louvar!
O aquecimento, numa noite fria e chuvosa, deu-se com o duo lisboeta Quelle Dead Gazelle. Como que adivinhando o que vinha por aí, Miguel Abelaira e Pedro Ferreira, tocaram apenas um tema do Ep homónimo: “Madrasta”. Os restantes quatro temas eram inéditos, dos quais apenas um tem já nome: “Burundi”. Por vezes o palco pareceu grande demais para este duo, mas o balanço guitarra/bateria funcionou sempre bem e saíram-se muito bem na posição de banda de abertura.
Texto por Emanuel Ferreira
Fotografias por Daniel Sampaio
Agradecimentos: Amplificasom