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Kamelot - "Haven" Review


Os Kamelot são sem dúvida uma das grandes bandas de power metal norte-americano e aquela que mais se aproxima do estilo europeu, mesmo que incorporando algumas influências progressivas. Thomas Youngblood comanda os destinos da banda, como sempre o fez desde os inícios dos anos noventa, que já atravessou alguns altos e baixos. A banda teve uma ascensão a pulso, consolidando a sua posição álbum após álbum como um colectivo capaz de debitar música de qualidade. Essa ascensão deu-se sobretudo no período em que Roy S. Khan era o vocalista da banda, entre 1998 e 2011. Uma mudança deste calibre muitas vezes pode significar um período de instabilidade de uma banda, embora na maior parte das vezes, seja apenas uma desculpa para justificar menos boas músicas ou álbuns.

No caso dos Kamelot, mesmo antes da saída de Roy Khan, não se pode dizer que a banda estivesse em topo de forma, com "Poetry For The Poisoned" a soar uns furos bastante abaixo de "Ghost Opera" e principalmente "The Black Halo". No entanto, "Silverthorn", que contou já com o novo vocalista, o sueco Tommy Karevik, já foi um bom trabalho, ainda que limitado em certos pontos, comparando com o passado glorioso da banda. Ainda assim, a primeira prova de fogo foi superada. Restava saber como iria correr a segunda. Logo na primeira audição fica-se satisfeito, ainda que seja visível alguma falta de brilho em relação aos melhores momentos que a banda nos trouxe. "Fallen Star" abre o álbum fazendo um bom uso do elemento dramático e melancólico, não esquecendo o toque típico da banda que torna qualquer faixa imediatamente reconhecível, mesmo com outro vocalista.

Existem aqui muitos momentos em que a música é de extrema qualidade, tal como "Insomnia" (irra, que música mais viciante"); a bem melódica "Under Grey Skies" que conta com uma participação de Chalotte Wessels, dos Delain, na voz; a irritavelmente viciante e catchy "My Therapy" e as pesadas "Liar Liar (Wasteland Monarchy) e "Revolution" (que coincidência ou não, contam com a participação de Alissa White-Gluz dos Arch Enemy na voz), sendo que a primeira tem um forte feeling sinfónico que também já faz parte da sonoridade que conhecemos da banda. Apesar de todos as músicas e das qualidades que possam afirmar que tenham ou não, o que é certo é que este é um trabalho digno da carreira da banda e que sem dúvida a mantém como uma das maiores bandas de power metal progressivo norte-americano.


Nota: 8/10


Review por Fernando Ferreira