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Scorpions - “Return To Forever” Review


Os Scorpions dispensam apresentações e “Return To Forever” é o 18º álbum de estúdio da banda alemã que já conta com 50 anos de carreira, um número verdadeiramente impressionante nos dias que correm. Contudo, o facto de existir um novo trabalho é atípico, tendo em conta que o colectivo já havia anunciado a sua retirada e o suposto álbum de despedida, o disco “Sting In The Tail”, já tinha sido lançado em 2010.

Esquecendo os planos da despedida, os Scorpions decidiram fazer um novo álbum e criá-lo maioritariamente à volta de músicas compostas durante o extenso período de 1980 a 2010, mas que nunca tinham sido lançadas. Este aspecto parece revelar-se no álbum de uma forma negativa, sobretudo porque é difícil fugir à sensação de que estas músicas acabam por formar uma colectânea de leftovers, sobras dos dias áureos da banda. Porém, o disco começa bem e são as duas músicas compostas em 2014 que reclamam o título de melhores, “Going Out With A Bang” e “We Built This House”. Não fugindo muito ao típico hard rock dos Scorpions pós-1980, estas duas faixas conseguem ainda assim soar frescas e algo viciantes, sendo que no caso da primeira, a onda mais ‘bluesy’ é uma adição bastante interessante ao som da veterana banda. Infelizmente, daqui para a frente o álbum sai raramente da monotonia e as músicas soam genéricas e desprovidas de grandes pontos de interesse, excepções sejam feitas a “Hard Rockin’ The Place” e “The Scratch”, que conseguem captar o ouvinte com aquela inspiração que falta às restantes.

A produção do álbum é bastante equilibrada, limpa e pristina, tal como a banda já nos habituou, mas isto também não ajuda a que este trabalho ganhe destaque na vasta discografia do colectivo, acabando por ficar para história como apenas “mais um”.

Em suma, “Return To Forever” peca pela falta de momentos memoráveis e pelo excesso de músicas genéricas e desinspiradas, mas é salvo por uns poucos bons momentos que permitem ao ouvinte tirar algo de positivo da sua audição. Ainda assim, fica a ideia de que o álbum anterior, pela sua qualidade, teria sido um melhor epitáfio para os Scorpions.

Nota: 5/10

Review por Daniel Lauriano