Praticantes de Metal melódico, na linha Nightwish ou Epica, os Pythia têm origem na Inglaterra, o que é insólito, pois não se espera este estilo neste país, hoje mais dado a bandas de sons que estejam hype. À parte esta singularidade, os Pythia engrossam uma longa lista de grupos de Metal melódico cujas composições se caracterizam por temas rápidos, melódicos, produção cristalina, vozes femininas e temas catchy. Tudo isto se encontra neste “Shadows Of A Broken Past”, um bom exemplo é a excelente “The Key” um daqueles temas que vale só por si a aquisição do disco.
Este terceiro longa duração, do sexteto britânico, consegue ser variado, pisando terrenos folk em “The Highwayman”, aproximando-se do Metal mais tradicional em “Sword of Destiny” ou aliciando fãs de Nightwish em “Bring me Home”, mas nunca consegue criar um som que distinga esta banda de outros nomes do género. É pena que tal aconteça, pois a voz de Emily Alice Ovenden é excelente - embora muitas vezes pareça “overproduced” e demasiado camuflada por coros femininos – e Oz Wright – recente aquisição do colectivo – tem, neste disco, diversos solos de qualidade.
Para um país com pouca tradição no estilo, surpreende que a qualidade oferecida seja tão boa, no entanto, de um local em que os músicos estão sempre a desafiar fronteiras e linhas sonoras, também seria de esperar que ao terceiro disco o grupo mostrasse mais ousadia e em lugar de seguidores, pudessem impor ideias, o que não acontece e se revela a maior frustração na escuta deste trabalho.
Quem espera conhecer projectos inovadores e válidos poderá passar ao lado deste disco, no fundo mais apropriado para aqueles fãs do estilo que vão a tudo e preferem muito de um só estilo que uma amostra de muitos estilos.
Review por Emanuel Ferreira