Estes franceses são levados da breca. De um país sem grande expressão na música extrema a centro de coisas esquisitas e fantásticas foi um pulinho e este terceiro álbum dos Orakle é uma prova em como a tendência será para manter, até porque como é tradição, o terceiro álbum é aquele que tem a tarefa de definir ou redefinir a carreira de uma banda. Dos Orakle já não havia grandes expectativas a não ser de esperar o inesperado. Ou seja, música desafiante e ainda com a particularidade (para muitos, agravante) de ser cantada em francês.
Embora se tenha iniciado pelos meandros do black metal, hoje em dia não resta muito mais de algo que lembre remotamente o género em questão. É possível, com alguma destreza e sentidos bem apurados, de encontrar paralelismo com a complexidade de uns Deathspell Omega, sem a parte do black metal. Um tema como “Le Sens De La Terre” poderia muito bem estar num álbum de uma banda avant-garde ou de metal rock progressivo que não soaria nada deslocada, e no final de contas, acaba por estar realmente num álbum de uma banda de avant-garde. A banda esteve sete anos sem lançar um álbum de originais e para quem teve tanto tempo em pulgas para ouvir um novo trabalho por parte dos franceses, precisará sem dúvida de umas pastilhas rennie para ajudar a desmoer.
Extremamente denso, complexo, ambicioso (demasiado, por vezes) este é um trabalho que tanto poderá intrigar como enjoar, ou seja, é o típico trabalho capaz de despertar tanto amores como ódios. À primeira audição, este será um trabalho que cativa mas a sua hora de duração repartida por oito temas poderá revelar-se exigente demais para quem não fôlego para tanta complexidade. Por outro lado, garante horas de audições consecutivas principalmente para aqueles que são exigentes com a música que é exigente com quem a ouve. É exactamente o que temos aqui. Não será um trabalho para ouvir todos os dias, mas sem dúvida, um trabalho para ir descobrindo e apreciando aos poucos.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
Embora se tenha iniciado pelos meandros do black metal, hoje em dia não resta muito mais de algo que lembre remotamente o género em questão. É possível, com alguma destreza e sentidos bem apurados, de encontrar paralelismo com a complexidade de uns Deathspell Omega, sem a parte do black metal. Um tema como “Le Sens De La Terre” poderia muito bem estar num álbum de uma banda avant-garde ou de metal rock progressivo que não soaria nada deslocada, e no final de contas, acaba por estar realmente num álbum de uma banda de avant-garde. A banda esteve sete anos sem lançar um álbum de originais e para quem teve tanto tempo em pulgas para ouvir um novo trabalho por parte dos franceses, precisará sem dúvida de umas pastilhas rennie para ajudar a desmoer.
Extremamente denso, complexo, ambicioso (demasiado, por vezes) este é um trabalho que tanto poderá intrigar como enjoar, ou seja, é o típico trabalho capaz de despertar tanto amores como ódios. À primeira audição, este será um trabalho que cativa mas a sua hora de duração repartida por oito temas poderá revelar-se exigente demais para quem não fôlego para tanta complexidade. Por outro lado, garante horas de audições consecutivas principalmente para aqueles que são exigentes com a música que é exigente com quem a ouve. É exactamente o que temos aqui. Não será um trabalho para ouvir todos os dias, mas sem dúvida, um trabalho para ir descobrindo e apreciando aos poucos.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
