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Entrevista aos Bloodhunter

Com o disco de estreia – Bloodhunter – editado em finais de 2014, a banda homónima tem feito algumas incursões em Portugal, fazendo mesmo uma data nacional e outra espanhola com os Wako. Vamos descobrir um pouco sobre estes galegos Bloodhunter através da conversa com a vocalista Diva Satanica.

M.I. - Bloodhunter existe desde 2008, mas só começou a gravar por volta de 2013, conta-nos um pouco sobre a história até agora.

Nós trabalhamos com muitos músicos diferentes até agora, mas foi por volta de 2012, quando lançamos nossa primeira demo, pudemos concluir a actual formação. Um ano depois gravamos o nosso primeiro álbum e, desde aí estamos a fazer a promoção global dele.


M.I. - Estão a ter alguma resposta fora de Espanha e Portugal?

Temos feedback de todo o lado, mas o maior vem da América do Sul, em particular do Brasil.


M.I. - Tal como disseste, através dos anos a formação teve uma série de mudanças, a última implicou a saída de um guitarrista e ficarem como quarteto. Sentem-se mais confortáveis com só uma guitarra?

Às vezes é muito difícil encontrar a pessoa certa para se envolver em um projecto como Bloodhunter. Pedimos um compromisso sério e o nosso principal objectivo é trabalhar duro e melhorar a nossa técnica. Neste momento a opção passa apenas por um guitarrista.


M.I. - Serem da Corunha, no norte da Galiza, afeta a procura de músicos? Seria mais fácil para vocês, escolherem os músicos certos se vivessem em Madrid ou Barcelona?

Foi muito complicado encontrar, na Galiza, bons músicos como Éadrom ou Phoghett. Madrid e Barcelona são cidades bem maiores que a Corunha, com grandes músicos, por isso certamente que teria sido mais fácil.


M.I. - Para o vosso cd de estréia, escolheram os estúdios Ultrasound em Braga. Por quê? O que vos levou a isso?

Nós já tínhamos ouvido falar do excelente trabalho do Pedro Mendes como engenheiro e do Daniel Cardoso como produtor. Conhecíamos, em particular, o trabalho feito com bandas como Noctem ou Angelus Apatrida. Além disso, Braga está perto da Galiza e isso tornou as coisas mais fáceis para nós, não tendo que gastar mais dias do que o necessário.


M.I. - Neste cd, regravaram três músicas do Ep "The First Insurrection". Não estavam satisfeitos com o original?

Tivemos sérios problemas com que a maqueta. Não recebemos as gravações e precisamos de começar tudo de novo na sala de ensaios. Por tudo isso, pensamos que devíamos incluir estes temas de novo, até para soarem da mesma forma que o som actual do grupo e não parecerem tão datados.


M.I. - Entre a maqueta e o disco passou um tempo muito curto, agora estão em digressão, já preparam o novo disco?

Sim, estamos já a compor novos temas, pois planeamos regressar a estúdio em finais de 2015, mais tardar em 2016.


M.I. - Além de um festival no sul do país, fizeram agora um par de concertos com Wako. Portugal é um bom mercado para concertos vossos?

Nós temos muito bons amigos e grandes fãs em Portugal e, claro, há um bom mercado para a cena do Metal Extremo por aí. A reacção tem sido incrível e vamos voltar muito em breve, é só ficarem atentos para as novidades!


M.I. - É fácil arranjar concertos por Espanha, ou estão limitados à Galiza?

Devido à crise económica, a Espanha tornou-se um mercado difícil. As pessoas não possuem dinheiro para irem a todos os concertos, isso leva a que cada concerto que se organiza seja um risco maior que o normal, mas temos planos para dar mais concertos em Espanha e Portugal, de forma mais intensa e não ficar só pela Galiza.


M.I. - Foram rotulados como uma banda de death metal melódico, mas com uma vocalista feminina e o tipo de som da guitarra, muitos devem encontrar semelhanças com Arch Enemy, como é que se sentem sobre isso?

Não nos sentimos muito confortáveis com isso, porque achamos que temos a nossa própria identidade. No entanto, não posso negar que Angela Gossow é uma das melhores vozes da cena do metal e, obviamente, uma das nossas influências mas nós preferimos ir escrevendo a nossa própria história e criando a nossa identidade.


M.I. - E que nomes consideram mais importantes para essa identidade?

Como toda a música é composta por Fenris, pode-se dizer que a identidade do grupo passa por uma mistura de nomes do Metal moderno, como SepticFlesh, Children of Bodom, Goijra, Adagio… e nomes mais clássicos como Yngwie Malmsteen, Death, Judas Priest… Pessoalmente as minhas influências passam por Astarte, ETHS, Holy Moses…


M.I. - Hoje existe um conjunto de grupos diversos, com mulheres como vocalistas, ainda encontram resistência no meio musical a isso?

Penso que não existe resistência. É triste ver que ainda existem tantas diferenças entre homens e mulheres no Metal. Na minha opinião existem grandes vocalistas femininas  e tudo o que nos resta é continuarmos a cantar e deixarmos de andar com queixas.


M.I. - Os actuais membros de Bloodhunter  estiveram envolvidos em outros projectos. Possuem ainda alguma ligação a eles, ou Bloodhunter é o único projecto do momento?

Éadrom e Phoghett possuem outras bandas, mas Bloodhunter é o principal projecto. Éadrom é baixista e vocalist em Ad Intra (http://adintra.bandcamp.com/) e Phoghett o baterista de Schwarzenegger (https://schwarzenegger.bandcamp.com).


Entrevista por Emanuel Ferreira