Depois de terem estado presentes no Under The Doom os irlandeses Mourning Beloveth rumaram a norte e fecharam a sua passagem por Portugal no Metalpoint, numa atuação que teve os portugueses Painted Black como banda suporte.
Ao contrário do esperado, foram os irlandeses a abrir o concerto, destilando cerca de uma hora de doom, dividido por quatro temas: “Ethics on the Precipice”, “Autumnal Fires”, “Narcissistic Funeral” e “Nothing Has a Centre”. Numa atuação estática, os vocais foram repartidos entre o vocalista Darren e os dois guitarristas, Pauric e Frank, cabendo a este último as vozes limpas, tal como nos discos, bem como a maior parte dos solos de guitarra. Num ambiente com escasso público, a atuação do quinteto foi brilhante, apostando na interpretação fiel dos temas, recriando um ambiente lúgubre, com pouca luz e um som bem pesado. A exploração de temas longos acabou por ser mais satisfatória que o esperado face ao uso de vocais bem diferenciados e mudanças rítmicas que evitavam a monotonia. Curiosamente o segundo tema começou com Darren na plateia e apenas a meio do tema se reuniu aos restantes elementos. O final de “Nothing Has a Centre” foi numa toada em crescendo em que a voz oscilava entre o spoken word e o gutural.
Ao contrário do esperado, a posterior subida ao palco dos Painted Black acabou por resultar bem, pois o seu ritmo mais acelerado acabou por ser um contraponto à letargia em que os Mourning Beloveth tinham imerso a assistência. Ao longo de oito temas a banda de Tortosendo, Covilhã, começou com “Via Dolorosa” tema de abertura de “Cold Comfort”, primeiro e único álbum do coletivo. Ao quarto tema o grupo abandonou o disco e prosseguiu com temas de “Quarto Vazio”, o Ep de 2014, voltando depois ao disco de estreía. Alguns problemas de som e uma “Perfect Drug” menos conseguida não abafaram a apresentação do sexteto que encerrou bem uma noite que merecia mais gente.
Agradecimentos: Notredame Productions