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Monsterworks - "The Existential Codex" Review



Já começa a ser redundante falar do ritmo de trabalho dos neo-zelandeses Monsterworks. Redundante e repetitivo. A banda desde 2000, altura em que editou o primeiro álbum, lançou doze trabalhos e dois EP. Mas o que surpreende é o facto de uma maneira geral, a qualidade acompanha a qualidade, é bem acima da média. Confessamos que o último álbum, "Overhaul" (o segundo a ser lançado em 2014), não preencheu as medidas no que diz às expectativas que têm sido criadas álbum após álbum, mas mesmo assim a qualidade era acima da média. De meio pé atrás, é essa a forma como abordamos este "The Existential Codex".

"Higgs Field" mostra-nos a banda bem próxima do espírito do álbum anterior, com uma sensibilidade progressiva mais acentuada o que leva a que nos questionemos se a banda está a optar por um estilo em específico e desistiu de nos surpreender. Uma questão que não demora muito tempo a ser respondida, já que "Ripple Effect", o tema que se segue, é um rockão death metal cheio de feeling que nos relembra como esta banda é capaz de apresentar uma palete variada de cores e sonoridades e mesmo assim soar totalmente coerente. "Engine" segue com um forte feeling progressivo sem esquecer o peso do metal extremo e é aqui que ficamos com a certeza de que esta banda será sempre assim, a fazer com que se espere sempre o inesperado. De forma épica.

Por falar em épico, segue-se "Temple Of Distortion", uma malha próxima do que se pode chamar de metal alternativo (se é que isso existe), a lembrar os Soundgarden ou Alice In Chains, sem a voz marcante que os caracterizou. Isto misturado com o tal feeling progressivo que parece não querer largar. "Tapping The Void" é estranha mas absorve-se muito facilmente, tanto pelo seu sabor metálico como o progressivo vintage, mas principalmente pela forma como isto tudo junto é simplesmente irresistível. "The Ride" encerra o álbum da melhor maneira, como que um resumo da matéria dada por parte destes mestres, onde mais uma vez misturam tudo e tudo soa bem.

"The Existential Codex" é um trabalho que servirá para acalmar aqueles que receavam que a banda se estivesse lentamente a perder e definhar. Serve exactamente para provar o contacto, que esta é uma das bandas mais subvalorizadas de sempre e também das mais activas. Mais um grande álbum portanto.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira