About Me

Gehenna - "Unravel" Review


Os Gehenna estão de volta. Atenção, não confundir com a banda sueca que tem o nome parecido, Gehennah. Estes são noruegueses e tocam black metal, pelo menos assim é actualmente. São um dos típicos casos de uma banda que tinha um potencial enorme e que depois acabaram por se perder. “Malice (Our Third Spell)” é um trabalho monstruoso, extremamente subestimado e ignorado quando se fala de black metal norueguês. Depois desse trabalho, a banda mudou de caminho e seguiu por uma via mais death metal, que apesar de interessante, não tem comparação em termos de qualidade.

Três álbuns de black metal, seguidos de três álbuns de death metal, para chegar agora, oito anos depois do último de originais para voltar ao black metal. Para muitos fãs como eu, é uma excelente notícia, mas essa expectativa pode facilmente sair gorada se pensarmos que vamos ter algo próximo daquilo que a banda fez quase vinte anos atrás, principalmente porque o que temos não é nada próximo daquilo que foi feito em “Malice”, mesmo sendo black metal. Se o mítico terceiro trabalho da banda tinha uma aura e atmosfera difícil de reproduzir, “Unravel”, apesar de possuir também uma atmosfera interessante, aproxima-se mais daquilo que é a proposta de black metal cru e primitivo. Apenas em fugazes momentos, tal como na “Nine Circles Torture”, se consegue chegar perto dos momentos hipnóticos que tanto poder deram ao a “Malice”.

Também é algo injusto, passar toda a análise a este trabalho a fazer comparações com o passado, mas quando uma banda atinge um pico de excelência e volta depois de um hiato de oito anos, é natural que essas comparações surjam. Mas esquecendo-as, não se fique a pensar que “Unravel” é um mau trabalho. Pelo contrário, é denso e claustrofóbico o suficiente, não sendo apenas excitante, falhando bastante no departamento das dinâmicas. É um trabalho que deve ser celebrado por representar o regresso de uma banda que sempre demonstrou uma grande potencialidade mas que nunca a cumpriu por completo, ainda para mais, um regresso ao estilo onde esteve muito perto de atingir essa potencialidade. Vale sobretudo por isso.


Nota: 6.5/10

Review por Fernando Ferreira