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Galar - "De Gjenlevende" Review


O tema que inicia este terceiro trabalho dos Galar é de uma beleza viciante. Claro que neste ideal de beleza inclui-se sempre alguma distorção e blastbeats mas também instrumentos acústicos e melodias cativantes, que nos transportam para outras épocas, épocas que parecem cada vez mais longe, principalmente para quem reside em meios urbanos. Dá vontade de pegar num cajado e ir eremitar para uma caverna qualquer. É este o poder da música, o poder de cativar, o poder de transportar, de comover, de fazer sonhar. Em nove minutos que dura o tema, existem muitas imagens que surgem na mente daquele que está preparado para as receber.

E se numa faixa, existe toda esta reacção, o resto do álbum não é excepção. "Natt … Og Taust Et Forglemt liv" é mais directa, mais in your face mas mantém aquele timbre pagão que nos faz querer pegar na espada e ir rachar cabeças alheias, sem nunca esquecer ou deixar de parte a melodia. Por outro lado, "Bøkens Hymne", foca-se mais na melodia, mas sem esquecer os blastbeats nem a distorção. Poderá parecer a mesma coisa mas não é bem. Isto tudo para dizer que em seis músicas, cinco tem duração superior a sete minutos e não há um momento de cansaço, nem um. As dinâmicas funcionam na perfeição, como tudo o resto.

Há algo nesta recente vaga de black metal que junta à sua agressividade um certo sabor épico e melodias com cariz folk que as torna irresistíveis a muito boa gente, e quando a qualidade mínima está garantida, então é um filão quase inesgotável. Pelo menos é o que se sente agora e os norueguese não contrariam isso. "De Gjenlevende" é o terceiro álbum da banda e se é verdade que ao terceiro fica tudo definido, então fica já definido que os Galar são sem dúvida uma banda a descobrir. Um grande álbum de metal extremo que agradará todos os que gostam de sonhar, viajar, distorção, melodia e claro... partir cabeças com uma espada. Metaforicamente, claro.


Nota: 9.3/10

Review por Fernando Ferreira